Chuva melhora níveis de barragens no Algarve mas mais no sotavento
As últimas chuvas permitiram melhorar os níveis de água das principais barragens do Algarve, mas o aumento foi mais sentido no sotavento (este) do que no barlavento (oeste) da região, disse hoje o diretor regional de Agricultura.
As últimas chuvas permitiram melhorar os níveis de água das principais barragens do Algarve, mas o aumento foi mais sentido no sotavento (este) do que no barlavento (oeste) da região, disse hoje o diretor regional de Agricultura. “O impacto [das chuvas] foi bastante assimétrico no Algarve, ao nível do sotavento, nas duas grandes barragens — Beliche e Odeleite –, tivemos aportes substantivos”, afirmou à Lusa Pedro Monteiro, estimando uma “variação positiva nas reservas” destas duas albufeiras, “desde dia 04 até hoje, à volta de 15%”.
No entanto, no barlavento, a chuva que caiu “foi menor” e “a queda pluviométrica inferior”, situando-se a média da última semana em metade da registada no sotavento algarvio.
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Todos os distritos de Portugal continental estão a partir das 09h00 de hoje sob aviso amarelo devido à previsão de aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada, segundo o IPMA (…continue a ler aqui)
Pedro Monteiro salientou que a sub-região do Algarve onde mais chuva caiu foi a do Algarve Central, onde não há barragens, tendo caído uma média de 230 milímetros desde o dia 04, seguida do sotavento, com cerca de 200 milímetros, e do barlavento, com uma média pouco acima de 100 milímetros. “[A pluviosidade mais baixa no barlavento] É uma coisa que, de há dois anos para cá, sensivelmente, se está a observar, ao contrário do que era hábito. Historicamente, chovia mais no barlavento do que no sotavento”, constatou o diretor regional.
Pedro Monteiro indicou que, com menor queda de chuva, o barlavento tem mais dificuldades para recarregar de água barragens ou aquíferos, que são as principais fontes de alimentação de água da agricultura no Algarve, “com 30 e 70%”, respetivamente. “E isso explica que a barragem da Bravura [no barlavento] continue com valores de armazenamento total inferiores a 15% e seja a barragem que tem menos água no Algarve”, justificou, acrescentando que as barragens de Odelouca e Arade têm valores também inferiores a 40%.
Os dados sobre o armazenamento de água disponibilizados pela empresa Águas do Algarve, que se reportam às barragens de Odelouca, no barlavento, e Odeleite e Beliche, no sotavento, mostram que, na semana de 05 a 12 de dezembro, a barragem de Odelouca subiu o volume total de 31,11% para 32,56%, enquanto o volume útil passou de 15,56% para 17,34%.
Chuvas da última semana tiveram maior impacto nos níveis de água acumulados
As chuvas fortes da última semana tiveram um maior impacto nos níveis de água acumulados das albufeiras do sotavento, com o volume total da barragem de Odeleite a passar de 29,54% para 49,60% e o volume útil a subir de 15,82% para 39,78%, ainda segundo a Águas do Algarve.
A precipitação da última semana também fez com que a outra barragem do sotavento, a do Beliche, melhorasse os seus níveis no volume total (de 22,93% para 40,85%) e no útil (de 13,75% para 33,80%), segundo informação da empresa algarvia divulgada na Internet.
Pedro Monteiro destacou a importância das chuvas registadas nos últimos dias para as culturas, quer intensivas quer de sequeiro, mas também para as pastagens de animais ou para a apicultura, ao permitirem que as abelhas disponham de vegetação para produzir mel e fazerem a polinização. Por outro lado, constituem “um alívio para os custos e o bolso dos empresários agrícolas”, que “durante, pelo menos um mês, não vão ter de regar” e gastar dinheiro em energia para o fazer, destacou.
O diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve alertou, no entanto, que, apesar deste aumento no armazenamento de água, o Algarve “ainda não está nem de longe nem de perto numa situação desejável, porque partiu de uma situação que, em termos de níveis de reservas, era muito baixo”.
“Ainda há um mês e meio tínhamos valores inferiores a 20% e tem de chover muito para que o nível das barragens e dos aquíferos atinja um nível de segurança, que nos deixe mais descansados”, acrescentou, advertindo que “é necessário continuar a poupar água, a combater as perdas” e a usar este bem de “forma muito criteriosa”.
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