Ciclone Garance causou pelo menos três mortes na ilha francesa da Reunião
A passagem do ciclone Garance deixou pelo menos três mortos, 847 pessoas delalojadas e 182 mil sem eletricidade na ilha francesa da Reunião, que continua em alerta vermelho, o segundo nível mais elevado
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Em Saint-Denis (norte), uma mulher foi levada pelas águas e um homem morreu num incêndio causado por um curto-circuito elétrico. Uma mulher morreu soterrada por um deslizamento de terras em Trois Bassins (oeste).
Pelo menos cinco pessoas ficaram também feridas.
O balanço “mostra-nos o quão cuidadosos devemos ser, pois o perigo não acabou”, destacou o autarca da Reunião, Patrice Latron, na noite de sexta-feira, após a passagem do Garance, que descreveu como “brutal e violento”.
O alerta vermelho, que impõe um confinamento rigoroso, proibindo todo o movimento, com exceção da polícia e dos serviços de emergência, vai estar em vigor na ilha do Oceano Índico até às 10:00 locais (06:00 em Lisboa).
Na sexta-feira à noite, 847 pessoas estavam alojadas em centros de emergência, 182 mil estavam sem eletricidade, 171 mil sem água e 134 mil sem Internet, segundo as autoridades da Reunião.
“Vai haver muito trabalho de reabilitação: muitas estradas estão bloqueadas por ramos, até mesmo por árvores atravessadas, estradas estão inundadas, estradas estão cortadas, levadas pela água, pontes estão cortadas”, alertou Latron.
“Este fenómeno foi mais violento do que o Belal”, disse o autarca.
O ciclone Belal, que atingiu a Reunião a 15 de janeiro de 2024, provocou a morte a quatro pessoas e prejuízos no valor de 100 milhões de euros, segundo a associação francesa de seguradoras.
O presidente da Câmara de Agricultura da Reunião, Olivier Fontaine, relatou “destruição e danos sem precedentes”. “Nesta fase, vários milhares de explorações foram dizimadas”, lamentou.
O grupo hospitalar Est Réunion anunciou que “sofreu grandes danos”.
“Sob a pressão dos ventos fortes, as janelas cederam e 61 doentes tiveram de ser deslocados para o interior do estabelecimento para garantir a sua segurança. Não foi necessária qualquer evacuação exterior”, especificou, no entanto, o grupo.
Durante a passagem do ciclone na sexta-feira, a agência de meteorologia de França registou rajadas de vento de 214 quilómetros por hora no aeroporto, localizado no norte da ilha, e de 230 quilómetros por hora no pico Sainte-Rose, no extremo leste.
Nas redes sociais, vídeos mostram carros a serem arrastados e ruas completamente inundadas, por vezes com torrentes de água a descer pelas encostas, principalmente em Saint-Denis e Saint-André (leste).
“Os nossos exércitos estão prontos para auxiliar os serviços estatais e apoiar a população” da Reunião, que tem cerca de 880 mil habitantes, afirmou o ministro das Forças Armadas francês, Sébastien Lecornu.
“Estão previstas duas vagas de reforços nacionais para ajudar a população”, anunciou o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, na rede social X, na noite de sexta-feira.
Retailleau disse que “103 bombeiros de segurança civil, acompanhados por cinco toneladas de equipamento atualmente em Mayotte, chegarão” hoje à Reunião, a 1.400 quilómetros de distância.
Um esquadrão de agentes da polícia também deixaria o departamento ultramarino francês de Mayotte, “como reforço para a segurança” na Reunião, acrescentou o ministro.
No domingo, “100 agentes de segurança civil (50 bombeiros e 50 soldados) vão deixar a França continental” rumo à ilha do Oceano Índico, garantiu Retailleau.
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By Impala News / Lusa
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