Coronavírus. Comandante de voo que vai buscar portugueses diz que está pronto para a missão

O comandante Antonios Efthymiou, da Hi Fly, disse que está tudo preparado para a missão de repatriamento de cidadãos europeus desde Wuhan, salientando que foram tomadas todas as precauções. Aeronave já partiu

O comandante Antonios Efthymiou, da companhia Hi Fly, disse hoje que está tudo preparado para dar início à missão de repatriamento de cidadãos europeus desde Wuhan, cidade chinesa onde surgiu o coronavírus, salientando que foram tomadas todas as precauções.

“Está tudo preparado para a missão. Estamos prontos para ir e trazer as pessoas, portugueses incluídos”, disse o comandante da companhia aérea portuguesa Hi Fly aos jornalistas no aeroporto de Beja.

Antonios Efthymiou explicou que o voo parte hoje para Paris, França, e na sexta-feira viaja para Hanói, no Vietname, e depois seguirá para a China. “Depois disso, o avião ou volta para aqui [Beja] ou faz outra missão, depende”, disse.

O comandante da Hi Fly indicou que deverão ser repatriadas 350 pessoas, incluindo cidadãos portugueses.

Fonte europeia disse à agência Lusa, na quarta-feira, que 17 cidadãos portugueses que estão na China — quase todos em Wuhan, na província de Hubei -, já pediram para deixar o país. Questionado sobre se a tripulação teve algum treino específico por causa do vírus, o comandante esclareceu que têm estado em contacto com o departamento médico da companhia e tiveram uma preparação especial nas instalações da empresa em Lisboa.

“Todas as precauções foram impostas pelas autoridades de aviação asiáticas. (…) Estamos prontos para partir. É uma missão humanitária e temos orgulho em trazer as pessoas de volta. Podia ser a nossa família”, sublinhou.

Quando questionado sobre se tem receio de fazer a missão, Antonios Efthymiou negou e disse “estar contente por fazer este voo e trazer as pessoas”.

O avião partiu do aeroporto de Beja às 10:00 rumando a França, “onde entrarão cerca de três dezenas de operacionais — entre médicos, autoridades e técnicos de saúde” -, seguindo depois para o Vietname.

Na quarta-feira, o Jornal de Notícias (JN) adiantava que a pista do aeroporto de Beja – a única infraestrutura aeroportuária em Portugal capaz de acolher a maior aeronave comercial do mundo (A380) — tem mais duas horas reservadas para voos, posteriores à partida do primeiro.

A Lusa contactou os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, a Força Aérea Portuguesa, a ANA Aeroportos de Portugal e a companhia aérea Hi Fly, mas não conseguiu confirmar informações sobre quaisquer voos fretados. O JN dá conta igualmente de que “às 11:00 e às 15:00 poderão ocorrer mais voos da Hi Fly” com o mesmo objetivo. A aeronave que deverá partir às 11:00 “também faz escala em França”, mas o voo seguinte deverá rumar a Bruxelas, na Bélgica, de onde seguirá com destino ao Vietname.

O JN questionou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sobre um eventual apoio das autoridades de saúde portuguesas, tendo a responsável confirmado que este organismo iria “enviar técnicos para explicar às tripulações portuguesas quais os comportamentos a adotar” neste tipo de operação.

A China elevou para 170 mortos e mais de 7.700 infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

 

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Texto: Marta Amorim com Lusa | Fotos: Nuno Moreira e Lusa

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