Homem condenado por homicídio que não cometeu pede 500 mil euros ao Estado

O homem que cumpriu dois anos e meio de prisão pelo alegado homicídio da tia em Famalicão mas que acabou por ser declarado inocente avançou com uma ação contra o Estado, pedindo uma indemnização de meio milhão de euros.

Homem condenado por homicídio que não cometeu pede 500 mil euros ao Estado

“Foi um erro clamoroso da Justiça, que teve consequências irreparáveis na vida do meu cliente, e o Estado tem de pagar por isso”, disse à Lusa o advogado Paulo Gomes. Segundo o advogado, o cliente, Armindo Castro, até o curso superior que frequentava perdeu. “Quando, depois de ter cumprido dois anos e meio de prisão por um crime [homicídio] que não cometeu, tentou retomar os estudos, o curso que frequentava já tinha sido extinto”, referiu. Atualmente com 33 anos, Armindo Castro frequentava o curso de Ciências Forenses e Criminais, quando foi detido pelo alegado homicídio da tia, ocorrido em março de 2012.

Foi julgado no Tribunal de Famalicão e condenado a 20 anos de prisão, por homicídio qualificado

A condenação assentou, essencialmente, na reconstituição dos factos que Armindo Castro fez perante a Polícia Judiciária (PJ), sem a presença de qualquer advogado. Entretanto, a Relação tinha baixado a pena para 12 anos, imputando ao arguido o crime de ofensas à integridade física qualificadas, agravadas pelo resultado morte.

Em dezembro de 2014, Armindo Castro foi libertado, depois de um outro ter ido à GNR de Guimarães assumir a autoria do homicídio. Armindo Castro foi novamente julgado e acabou por ser absolvido, em janeiro de 2018.

Entre prisão preventiva e cumprimento de pena, passou dois anos e meio na cadeia. Durante o segundo julgamento, Armindo Castro explicou que, quando foi detido pela PJ, aceitou fazer a reconstituição do crime por se sentir “ameaçado” e por temer que a mãe, também presente nas instalações da Judiciária do Porto, ficasse detida. Disse ainda que, ao longo da filmagem da reconstituição, a PJ lhe foi dando “sugestões”, a que anuiu por “um misto de estupidez, pânico e medo”.

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