Foi com alguma rapidez que as autoridades perceberam que a história contada por Sandro Bernardo, em como Valentina teria desaparecido, era mentira.

Encurralado durante interrogatório, Sandro começou por confessar que batera na filha de 9 anos para a pressionar a confessar uma história que lhe fora contada pela mulher. Valentina estaria a ser abusada sexualmente por alguém a quem chamava de “padrinho”. Mais, estaria a trocar bilhetes de cariz sexual com colegas da escola.

Acabaria por confessar que na sequência de fortes agressões, matara a filha. Deixou-a “em muito mau estado”, disse, alegando sempre que fora um acidente e insistindo que a menina tinha tido um ataque e que tinha espumado da boca.

Nunca chorou nem se mostrou emocionado. Defendeu sempre a mulher – que mais tarde o viria a trair, acusando-lhe de lhe bater para a obrigar a manter a mentira.

Valentina foi agredida durante vários dias e no dia das agressões fatais, agonizou sozinha, no sofá, durante várias horas. Foi o filho de Márcia, um menino de 12 anos, que ligou para a mãe a pedir que fosse rápido para casa pois algo se passava com Valentina. Quando Márcia e Sandro chegaram, a menina já estava morta.

 

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Texto: Marta Amorim

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