Conheça os maiores perigos associados à erupção de um vulcão

Fluxos de lava, cinzas ou tsunamis são apenas alguns dos efeitos mais perigosos que podem ocorrer após a erupção de um vulcão.

Conheça os maiores perigos associados à erupção de um vulcão

O vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, nas Canárias, entrou em erupção no passado domingo. A lava do vulcão, que corre em direção ao mar, já destruiu mais de 320 casas e desalojou mais de seis mil pessoas. O vulcão costuma dar sinais da sua presença, mas não cuspia lava desde 1971, ano em que Juan Acosta Rodríguez perdeu a vida por inalar gases tóxicos na praia de Los Pecheles, em La Palma. É agora hora de conhecer os principais perigos associados à erupção de um vulcão.

Fluxos de lava

Quanto mais viscosa for a lava, menor a distância que irá percorrerá. O El País citou o presidente do município de La Palma que explicou que “um fluxo de lava com uma altura média de seis metros engole vivendas, infraestruturas e terras de cultivos”. Os cientistas encarregues de estudar a evolução do vulcão Cumbre Vieja preveem que o fluxo de lava chegue ao mar na costa de Tazacorte, possivelmente em Playa Nueva, em Los Guirres, já nos próximos dias.

Cinzas vulcânicas

De acordo com o Instituto Geográfico Nacional Espanhol (IGN), “durante a erupção de um vulcão, uma mistura de gases e piroclásticos [fragmentos sólidos de material vulcânico] são emitidos para a atmosfera”. As “bombas vulcânicas” são os fragmentos maiores, com um alcance de poucos quilómetros. Já o resto das partículas são elevadas pelos gases, gerando a pluma vulcânica [cinza vulcânica emitida durante uma erupção]. Quando a densidade dos gases e partículas é igual à da atmosfera circundante, começa a ‘chuva’ de cinzas, que se dispersa pelo ar, podendo cobrir grandes áreas, num raio de milhares de quilómetros. Estas cinzas podem causar “lesões respiratórias, nos olhos, feridas abertas e irritação na pele”, adverte o Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias.

Material piroclástico

Quando a pluma vulcânica gerada por uma erupção não tem energia suficiente ou densidade menor que a da atmosfera, ocorre um colapso que gera fluxos densos. Esses fluxos são compostos por uma mistura de gases e partículas sólidas, a uma temperatura muito alta (cerca de 700 graus celsius) e que se deslocam a altas velocidades, podendo chegar aos 550 quilómetros por hora.

Emissões de gases

Os gases, como dióxido de carbono ou dióxido de enxofre, são emitidos para a atmosfera durante a erupção vulcânica, a altas temperaturas e velocidades. Estes gases poluem o ar e a água, podendo atingir um alcance de centenas de quilómetros. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, o Cumbre Vieja emite entre 8 mil a 10 mil toneladas de dióxido de enxofre por dia na atmosfera. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “o transporte de CO2 e SO2 não deverá ser significativo” para a Madeira. Já no que toca às cinzas, deverão mesmo chegar à ilha já nesta sexta-feira. Estes gases podem provocar dor de cabeça, vômitos, asfixia e irritações oculares e cutâneas.

Rios de lama (detritos)

É o material vulcânico não consolidado – especialmente cinzas – que é arrastado pela água (normalmente proveniente de chuvas). Apresenta um comportamento similar ao das inundações; torna-se mais perigoso já que arrasta consigo todo tipo de materiais. Estes fluxos podem ocorrer durante a erupção ou até somente meses depois, conforme explica o IGN. Portanto, é necessário estar atento durante as próximas semanas (ou até meses) aos acontecimentos do vulcão de La Palma.

Deslizamento de encostas

Muitos dos edifícios vulcânicos são formados graças à acumulação de materiais de várias erupções, muitas sem qualquer ligação. Esta sobreposição de materiais duros e moles dá lugar a uma estrutura que pode ser instável e que corre o risco de colapsar. Além disso, um grande volume de magma (material rochoso semifundido que se mantém retido no subsolo), pode também ser responsável por causar movimentos de deslizamento.

Tsunami

Este fenómeno pode ser causado pelo deslizamento de encostas de uma grande estrutura vulcânica, por fluxos piroclásticos maciços ou por uma erupção submarina. Quando acontece, as ondas podem atingir vários metros de altura e galgar dezenas – ou até mesmo centenas – de metros da costa.

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