Cooperação promete agilizar transferência de doentes da Guiné-Bissau para Portugal

Portugal e a Guiné-Bissau prometeram hoje agilizar as transferências de doentes urgentes guineenses para hospitais públicos portugueses, depois da visita de uma delegação portuguesa ao país africano lusófono.

Cooperação promete agilizar transferência de doentes da Guiné-Bissau para Portugal

A burocracia no processo foi uma das questões tratadas e que constam do balanço de três dias de contactos da delegação com organizações e entidades no terreno, indicou Fernando de Almeida, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

Fernando de Almeida liderou a delegação portuguesa que esteve na Guiné-Bissau, em representação da ministra da Saúde, a fazer um ponto da situação da cooperação entre os dois países na área da Saúde.

Portugal é o único país que recebe doentes da Guiné-Bissau ao abrigo de um acordo para casos urgentes sem resposta no sistema de saúde guineense.

Neste processo, existem questões que têm de ser alteradas e Fernando de Almeida disse acreditar estarem reunidas as condições “para mudar a situação”.

O que vai mudar, segundo disse, é a operação e o acesso da plataforma de casos urgentes, para “agilizar muito mais a seleção” dos doentes, com menos burocracia.

Nestas deslocações são, também, precisos vistos para os doentes e para os acompanhantes e é essa área será também trabalhada, de acordo com o representante português.

As chamadas “evacuações médicas” passam pela Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau para a concessão de visto e o embaixador, Miguel Silvestre, garantiu que “a agilidade tem sido a imagem de marca”.

Segundo o diplomata, os pedidos de visto através de junta médica “são decididos em 48 ou 36 horas”, mas admitiu que “há trabalho a ser feito” para agilizar o processo.

“Quando o processo é identificado pela junta médica como sendo urgente e carecendo de evacuação [clínica], é importante que as entidades técnicas no domínio da saúde, da Guiné-Bissau e de Portugal, aligeirem toda a cadeia burocrática que vai desde a identificação do caso até à incorporação do doente numa unidade de saúde pública em Portugal”, concretizou.

Só depois de estar terminado esse processo, continuou, é que entra a embaixada com o processamento dos vistos.

O embaixador português ressalvou que os processos da junta médica são totalmente diferentes dos “milhares de casos” de cidadãos guineenses que todos os anos recorrem à embaixada pedindo vistos para tratamentos médicos particulares, custeados por si próprios em Portugal.

Nesses casos, as regras mantêm-se, salientou.

Além da agilização das transferências de doentes urgentes, a delegação portuguesa identificou, também, novas frentes de cooperação com a Guiné-Bissau.

No relatório da visita consta, por exemplo, a cooperação e investigação na área da oncologia, no campo do HIV/SIDA, na tuberculose, na malária, ou o apoio às bibliotecas.

A delegação contactou com empresas e organizações portuguesas no terreno e com as autoridades da Guiné-Bissau e faz um balanço positivo da cooperação na área da saúde.

Um dos contactos feitos foi com a representação da União Europeia na Guiné-Bissau, com a qual Portugal tem projetos de cooperação em comum.

A União Europeia tem disponível uma verba de 11 milhões de euros para esta área, à qual, segundo a delegação, Portugal vai candidatar-se.

A área da saúde continuará a ser “um dos pilares estruturantes” do Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau, segundo o embaixador de Portugal na Guiné-Bissau.

O programa, que vigorou entre 2021/2025 com um envelope inicial de 60 milhões de euros, que foi ultrapassado, está a terminar e as autoridades dos dois países estão já a trabalhar na identificação das áreas para planeamento do próximo ciclo de cooperação 2026/2030.

 

HFI // MLL

By Impala News / Lusa

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