Covid-19: Biden pretende acelerar vacinação nos EUA com “milhares” de centros
O presidente-eleito norte-americano, Joe Biden, pretende acelerar a vacinação para a covid-19 em todo o país com a abertura de “milhares” de centros de proximidade, incluindo em pavilhões desportivos e estádios, e contratação de pessoal hospitalar.
“Vamos aplicar a totalidade dos recursos do Governo federal para abrir milhares de centros de vacinação de proximidade”, disse hoje Biden em conferência de imprensa, um dia depois da apresentação pública do seu “Plano de Resgate Americano”, avaliado em 1,9 biliões de dólares, a aplicar no combate à pandemia de Covid-19 e em medidas de estímulo económico.
Para administrar as vacinas, incluindo em infraestruturas como estádios e pavilhões desportivos, está prevista a contratação de cerca de 100 mil prestadores de cuidados de saúde.
O principal objetivo é atingir 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias da nova administração, de forma a permitir reabrir a maioria das escolas até à primavera, estando inscritos no plano 130 mil milhões de dólares para apoiar o acesso seguro de pessoal escolar aos estabelecimentos de ensino.
Quase um mês depois do início da vacinação, foram aplicadas 12,3 milhões de doses de vacinas para a covid-19, apenas 39% de mais de 31 milhões entregues pelas farmacêuticas.
Segundo a Associação Hospitalar Americana, cerca de 246 milhões de doses terão de ser aplicadas para ser alcançada a “imunidade de grupo” e conter a propagação do vírus.
Num discurso ao país, na quinta-feira, Joe Biden afirmou que o país está “no meio de uma crise económica, que ocorre uma vez em várias gerações, com uma crise de saúde que sucede uma vez em várias gerações”, afirmou Biden.
O democrata salientou a urgência em travar a expansão da pandemia, que atingiu fortemente o país, e lamentou que o lançamento da vacina “tenha sido um fracasso até agora”.
O plano de Biden, que o líder democrata no Senado Chuck Schumer disse que será o primeiro na ordem de trabalhos do Congresso após a investidura do novo presidente, contempla no total 1,5 biliões para apoio financeiro e assistência aos Estados e localidades e ainda 400 mil milhões para o combate à pandemia.
Hoje, o presidente-eleito disse ainda que irá recorrer a legislação do tempo da Guerra Fria, a Lei de Produção para a Defesa, para intervir diretamente na fabricação de vacinas, de modo a aumentar a produção destas e de materiais necessários à sua aplicação.
Até agora, a maioria dos Estados tem-se focado na vacinação de pessoal médico e de idosos com mais de 75 anos.
Hoje, Biden apelou a que os Estados comecem a vacinar idosos a partir dos 65 anos e jovens com problemas de saúde, tal como já tinha feito o presidente cessante, Donald Trump.
Biden definiu ainda como objetivo melhorar a comunicação com os Estados sobre a distribuição de vacinas.
Os Estados Unidos são o país com maior número total de casos de Covid-19, mais de 23,3 milhões, que causaram quase 389 mil vítimas mortais.
As medidas do “Plano de Resgate Americano” serão financiadas com recurso a endividamento do Estado, somando-se a biliões já aplicados em medidas de estímulo e aquisição de vacinas para a Covid-19.
Responsáveis da equipa de Biden defenderam à AP que as atuais baixas taxas de juro tornam gerível o endividamento adicional.
Para liderar o plano de vacinação contra a covid-19, Biden escolheu David Kessler, que chefiou a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) na década de 1990, em mandatos de presidentes de ambos os partidos políticos, e tem atuado como um dos principais conselheiros para a pandemia na equipa de Biden, tendo a sua nomeação sido anunciada hoje pela comissão de transição de poderes presidenciais nos EUA.
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