Covid-19: China reduz período de quarentena e deixa de suspender voos com casos a bordo

As regras que vigoraram até agora exigiam 10 dias de quarentena, incluindo uma semana num hotel e três dias em casa.

Covid-19: China reduz período de quarentena e deixa de suspender voos com casos a bordo

A China anunciou hoje uma redução do período de quarentena para viajantes oriundos do exterior e o fim da interrupção dos voos com casos de covid-19 a bordo, sinalizando uma redefinição significativa da estratégia de prevenção epidémica. Quem chega à China vai ter que cumprir cinco dias de quarentena num hotel designado pelo governo, seguidos de três dias de confinamento em casa, de acordo com o comunicado da Comissão Nacional de Saúde.

As regras que vigoraram até agora exigiam 10 dias de quarentena, incluindo uma semana num hotel e três dias em casa.

Esta redução vai ser também aplicada aos contactos próximos de pessoas infetadas. A estratégia chinesa dita que todos os contactos diretos têm que cumprir quarentena em instalações designadas. Os contactos próximos de contactos diretos não vão mais ser identificados, acrescentou o comunicado. Até à data, estes terceiros contactos tinham que cumprir quarentena em casa.

As autoridades chinesas vão também abolir a política do “circuit breaker” (‘interruptor’, em português), que afetou nos últimos dois anos as ligações aéreas ao país. Esta medida implica que quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por uma semana. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês.

Estas mudanças fazem parte de um conjunto de 20 medidas destinadas a redefinir a estratégia chinesa de ‘zero casos’ de covid-19. Trata-se da revisão mais ampla da abordagem da China.

O país asiático mantém uma estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que inclui o confinamento de bairros, distritos e cidades inteiras, e o isolamento de todos os casos e respetivos contactos diretos em instalações designadas. No total, a China registou mais de 10.000 novos casos, nas últimas 24 horas, o valor mais elevado desde o final de abril. Embora este número seja baixo, considerando que a China tem 1,4 mil milhões de habitantes, a escala geográfica do surto constitui um desafio para a estratégia dos ‘zero casos’.

Todas as 31 regiões de nível provincial da China relataram novas infeções, nos últimos dias. Para além de Guangdong, no sudeste, também a província central de Henan e a região autónoma da Mongólia Interior diagnosticaram mais de mil casos nas últimas 24 horas. Outras áreas do país relataram várias centenas de novos casos.

Na quinta-feira, o Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, apelou à “melhoria da eficácia do trabalho de prevenção” e à “superação do formalismo e burocracia”, pedindo uma abordagem “mais direcionada e decisiva” para lidar com surtos do novo coronavírus, numa retórica visivelmente mais branda do que em comunicados anteriores.

A Organização Mundial da Saúde disse, em maio passado, que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ómicron. Pequim recusou, no entanto, aprovar a importação de vacinas estrangeiras de RNA mensageiro no continente, já permitida nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong desde o início da pandemia. A taxa de vacinação entre os idosos com inoculações domésticas, menos eficazes na prevenção de morte e doença grave, é de apenas 86%, segundo dados oficiais.

 

 

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