Covid-19: Estado de emergência no Ontário devido a protestos anti-restrições
O primeiro-ministro da província de Ontário, epicentro da contestação às restrições de combate à pandemia de covid-19 no Canadá, decretou hoje o estado de emergência, devido às manifestações “ilegais” que ali decorrem há duas semanas.
“Estamos a tomar todas as medidas necessárias para garantir a reabertura da fronteira. E aos habitantes de Otava sitiados, digo: vamos zelar por que possam retomar a vida normal assim que possível”, declarou Doug Ford, numa conferência de imprensa. O centro de Otava, a capital federal canadiana, situada em Ontário, está paralisado há duas semanas por manifestantes que exigem a retirada de todas as medidas de combate à pandemia e se recusam a abandonar a zona.
Há também camionistas a bloquear a circulação na ponte Ambassador, eixo comercial fundamental que liga Ontário e a cidade norte-americana de Detroit. Mais de 25% dos bens exportados entre os Estados Unidos e o Canadá passam por ali. “Faremos tudo o que for necessário para pôr fim a essas ocupações”, acrescentou o primeiro-ministro Doug Ford, antes de se dirigir diretamente aos manifestantes: “Voltem para casa agora”. “Vamos promulgar com toda a urgência diplomas que dirão claramente que é ilegal bloquear e obstruir a circulação de bens, pessoas e serviços ao longo das infraestruturas essenciais”, precisou.
O primeiro-ministro conservador de Ontário é há vários dias alvo de críticas pela sua inação perante a contestação popular, que muitos atribuem a estratégia política. Doug Ford é candidato à reeleição em junho. Entretanto, o presidente da câmara de Windsor, em Ontário, recorreu hoje à justiça para obter uma providência cautelar contra os membros da autodenominada “Caravana da Liberdade”, que usaram dezenas de carrinhas de caixa aberta para obstruir a ponte Ambassador, num bloqueio que entrou hoje no seu quinto dia, enquanto alastra a escassez de peças da indústria automóvel de ambos os lados da fronteira Estados Unidos-Canadá.
A covid-19 causou pelo menos 5,78 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa francesa France-Presse (AFP), com base em dados oficiais. Em Portugal, morreram, desde março de 2020, 20.442 pessoas e foram contabilizados 3.049.692 casos de infeção, de acordo com a última atualização da Direção-Geral da Saúde. A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China. A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi pela primeira vez detetada em novembro, na África do Sul.
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