Covid-19: Itália prolonga medidas de contenção

O primeiro-ministro italiano considera “inevitável” prolongar o bloqueio do país, para combater o Covid-19 e garante que as restrições sociais “estão a funcionar”.

Covid-19: Itália prolonga medidas de contenção

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, considera “inevitável” prolongar o bloqueio do país, com o encerramento de lojas e escolas, para combater o Covid-19 e garante que as restrições de movimento e sociais “estão a funcionar”.

“As medidas restritivas estão a funcionar e é óbvio que, quando atingirmos o pico do contágio, espero que daqui a uns dias, não poderemos regressar à vida de antes imediatamente”, disse o governante, em declarações ao jornal Il Corriere della Sera.

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Conte, que acredita que o sistema foi “impedido de entrar em colapso” com as medidas restritivas impostas, anunciou que as restrições serão estendidas para impedir a disseminação da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, que já infetou 35.713 pessoas e matou 2.978 no país, de acordo com o balanço mais recente.

“No momento, não é razoável dizer mais, mas é claro que as medidas que adotamos, como o encerramento de muitas atividades comerciais e individuais no país, bem como as que afetam a escola, não terão escolha a não ser estendê-las”, afirmou.

Aulas suspensas até 3 de abril

O governo italiano fechou todas as lojas não essenciais em Itália até 25 de março e estabeleceu restrições sociais e de circulação e suspendeu as aulas até 3 de abril. O primeiro-ministro pediu para todos respeitarem essas disposições, evitando sair de casa e mantendo o confinamento, e descartou, “por enquanto, outras medidas restritivas de larga escala”.

Conte avisou ainda que vai agir se as pessoas violarem o isolamento e saírem de casa: “Uma coisa é praticar desporto e outra é tornar o espaço público um ponto de encontro. É inadmissível”, disse.

O governante descreveu as suas ações em quatro princípios: transparência, rigor máximo, “sem subestimar nada”, sucesso nas medidas e “proporcionalidade”.

“Sem proporcionalidade, os italianos, acostumados ao grande individualismo e às liberdades civis, não teriam suportado isto, já que não estamos na China nem vivemos num estado centralizado”, afirmou.

Por outro lado, o primeiro-ministro italiano diz que está a trabalhar num novo decreto para desbloquear fundos em investimentos públicos e numa mudança legislativa que permite ao governo paralisar os investimentos estrangeiros se eles afetarem empresas estratégicas no país.

Dois funerais por hora

Em Bérgamo, cidade do norte de Itália, a situação é dramática. Os registos apontam para dois funerais por hora, com as família privadas de se despedirem de familiares e amigos. Colunas de camiões militares cruzam a cidade para transportarem os corpo para crematórios situados em cidades vizinhas, uma vez que o cemitério de Bérgamo já não tem capacidade.

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