Covid-19: Mais de 100 cidadãos recusam diariamente fazer teste à chegada a Lisboa
Portugal regista um aumento dos casos de covid-19 importados de outros países e um número muito significativo de pessoas que recusam todos os dias fazer teste à chegada ao aeroporto de Lisboa.
Portugal regista um aumento dos casos de covid-19 importados de outros países e um número muito significativo de pessoas que recusam todos os dias fazer teste à chegada ao aeroporto de Lisboa.
“Diariamente, em média, mais de 100 cidadãos portugueses ou com residência em Portugal recusam fazer teste à chegada e não o trazem feito”, avançou o investigador Duarte Tavares, do departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), numa apresentação efetuada na reunião no Infarmed entre políticos, epidemiologistas e especialistas em saúde pública sobre a evolução da pandemia.
Por outro lado, a análise dos dados permitiu também evidenciar, segundo Duarte Tavares, um crescimento do número de casos importados de outros países, sendo que esse facto está também dependente do número de voos realizados no aeroporto Humberto Delgado.
“Nos primeiros 11 dias de janeiro verificamos um número de casos bastante semelhante face àquele que aconteceu em todo o mês de novembro. No que respeita ao número de casos, em novembro tivemos 58 e até meados de janeiro tivemos 53; o número de voos foi 50 (em novembro) e 33 (em janeiro)”, sublinhou.
Sobre a evolução da pandemia em diferentes faixas etárias na região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Tavares notou um “aumento da transmissão comunitária”, em que há “cada vez mais casos em mais jovens, dos 20 aos 29 anos”.
Quanto à percentagem de residentes em lares de idosos que tiveram um teste positivo ao SARS-CoV-2, esse dado está atualmente em 9,75% para a região, sendo que em novembro chegou a atingir os 12,41%, depois de se ter situado em apenas 5,47% no verão (julho).
Já em relação à situação epidemiológica na região Norte, o professor Óscar Felgueiras, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, salientou que o crescimento da curva “ainda se mantém com força”, registando-se aumentos de incidência de mais de 30% em muitos concelhos da região.
“Assiste-se a um regresso a um patamar próximo do pico de novembro. A média de casos a sete dias está claramente acima da média a 14 dias, o que indica que vai continuar a subir”, frisou o especialista, sustentando ainda que a subida “é transversal a todas as faixas etárias”.
Segundo Óscar Felgueiras, o distrito mais crítico na região Norte é o de Viana do Castelo, onde se verifica um aumento da incidência de 109%. “É muito acelerado e com a agravante de não ser associado à faixa etária dos 80 ou mais anos. Não está associado a lares, dá-se na população ativa e configura uma clara transmissão comunitária generalizada”, sentenciou.
Em Portugal, morreram 7.925 pessoas dos 489.293 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
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