Covid-19 mata quantas vezes mais do que a gripe?

Estudo francês publicado no jornal científico The Lancet Respiratory Medicine, nesta quinta-feira, 17 de dezembro, possibilita determinar quantas vezes mais mata a covid-19 em relação à gripe.

Covid-19 mata quantas vezes mais do que a gripe?

Um estudo elaborado em França e publicado nesta quinta-feira, 17 de dezembro, no jornal científico The Lancet Respiratory Medicine, conclui que o índice de mortalidade entre os pacientes hospitalizados com covid-19 é quase três vezes maior do que as mortes causadas pela gripe do tipo influenza.

Os cientistas compararam dados de 89.530 pacientes com covid-19 em março e abril com outros 45.819 hospitalizados fruto da gripe sazonal entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019 na França. Dos pacientes internados após infecção pelo novo coronavírus, 16,9% morreram durante o período do estudo, comparado com os 5,8% de mortes entre as pessoas com gripes graves que necessitaram de internamento.

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De acordo com o estudo, 16,3% das pessoas internadas com covid-19 necessitaram de cuidados intensivos, contra 10,8% dos pacientes com gripe. O tempo de permanência nas unidades de cuidados intensivos foi quase o dobro, 15 dias em média, contra 8 dos doentes com gripe. As pessoas infectadas pelo coronavírus também precisaram duas vezes mais de serem ligadas a ventiladores.

A gripe leva ao internamento de muito mais menores do que a covid-19

O estudo revela ainda dados positivos sobre crianças. O número de menores hospitalizados por covid-19 (1,4%) é muitíssimo inferior ao relacionado com gripe (19,5%), o que contradiz declarações de presidentes como os dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, que compararam o coronavírus ao vírus da gripe. O brasileiro − que desde o início da pandemia minimiza a covid-19 e, mais recentemente, até as vacinas − comparou a covid-19 a uma “gripezinha”.

“O nosso estudo demonstra que a covid-19 é bem mais grave do que a gripe”, afirma a médica Catherine Quantin, do Hospital Universitário de Dijon, em França. A especialista em infecciologia diz ainda que as conclusões do estudo são particularmente alarmantes, tendo em conta que a gripe em França no inverno 2018/19 foi a mais mortal dos últimos cinco anos.

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