Covid-19: Nova estirpe obriga a reunião entre Paris, Berlim e UE

A nova estirpe de covid-19 detetada no sul de Inglaterra obrigou hoje a uma reunião ‘online’ entre a França, Alemanha e União Europeia (UE), sobretudo depois de vários países europeus terem suspendido os voos oriundos do Reino Unido.

Covid-19: Nova estirpe obriga a reunião entre Paris, Berlim e UE

Segundo um comunicado da Presidência francesa, a reunião contou com a participação do chefe de Estado da França, Emmanuel Macron, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem que tenham sido ainda anunciados resultados. Os três líderes europeus analisaram a nova situação provocada pela variante do novo coronavírus detetada no sul de Inglaterra, depois de Países Baixos, Bélgica e, mais tarde, Itália, terem anunciado a suspensão dos voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido por causa da nova estirpe do vírus que provoca a covid-19.

A Alemanha, por seu lado, através de um comunicado divulgado a meio da manhã pelo Ministério da Saúde, indicou que estava a analisar “seriamente” a mesma intenção. Tal como Portugal, em que uma fonte do Ministério dos negócios estrangeiros disse hoje à Lusa estar a aguardar por uma posição por parte da UE, a Espanha foi mais longe, e pediu a Bruxelas uma resposta comunitária coordenada para proibir o tráfego aéreo com o Reino Unido, evitando-se uma medida “unilateral”.

Antes, Itália juntou-se aos Países Baixos e à Bélgica na “unilateralidade” da medida e suspendeu os voos procedentes do Reino Unido para “proteger” a população italiana da nova estirpe de covid-19, mas não adiantou a partir de quando irá vigorar a medida. Segundo relatos da imprensa italiana, hoje está prevista a chegada a Itália de cerca de duas dezenas e meia de voos oriundos do Reino Unido, onde residem mais de 327 mil cidadãos italianos — dados oficiosos apontam para cerca de 700 mil.

Em Berlim, fonte do Ministério da Saúde alemão indicou que o Governo está a encarar “seriamente” a suspensão dos voos provenientes do Reino Unido e ainda da África do Sul, o país africano com maior número de infeções, podendo juntar-se também aos Países Baixos cuja decisão foi igualmente tomada ontem e que se prolonga até 1 de janeiro.

As restrições do tráfego aéreo proveniente do Reino Unido e da África do Sul “são uma séria opção” que está a ser analisada por Berlim, acrescentou a fonte. Nos Países Baixos, um comunicado do Ministério da Saúde holandês recomenda que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, “limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido”.

As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas. O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

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