Covid-19: Polícias sentem-se «exaustos» com tantas fiscalizações
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia alertou para a situação dos polícias que fiscalizam as regras do estado de emergência, que se sentem “exaustos” e “maltratados”.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) alertou para a situação em que se encontram os polícias que fiscalizam as regras do estado de emergência, afirmando que se sentem “exaustos” e “maltratados“.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP, Paulo Santos, afirmou que nos últimos tempos têm chegado ao sindicato várias queixas de polícias que estão na linha da frente da fiscalização ao estado de emergência para combater a pandemia de covid-19 a mostrar a indignação pela forma como estão a ser tratados.
Um ano depois de terem começado as fiscalizações sucessivas, Paulo Santos avança que os polícias estão “exaustos”, a atingir “uma situação limite” e sentem-se “injustiçados”, alegando que a covid-19 está a servir de pretexto para não ser aplicada a lei, como é o caso da impossibilidade de elementos da PSP saírem para a pré-aposentação depois de terem atingido o limite máximo de idade, os 60 anos.
A ASPP dá também conta dos polícias que estavam no apoio operacional (trabalho de secretaria) e que agora foram integrados nas equipas de fiscalização covid, mas que não estão a receber o suplemento que existe para o efeito, sendo pago “ilegalmente” um subsídio no valor de 1.80 euros por dia.
Segundo Paulo Santos, os polícias que estavam no apoio operacional deviam receber o suplemento de piquete, tal como recebem os agentes que andam na rua, que tem um valor de cerca de 140 euros por mês.
Metade dos polícias está por vacinar
Outra das preocupações manifestada pelo efetivo da PSP está relacionada com a vacinação contra a covid-19, em que cerca de metade dos polícias que andam na rua ainda está por vacinar.
De acordo com o sindicato, os polícias do apoio operacional que foram integrados em equipas de fiscalização covid e estão “a trabalhar no terreno exaustivamente” ainda não foram vacinados, o que traduz “uma irresponsabilidade na gestão destes recursos humanos”.
A ASPP avança também que os polícias manifestam dúvidas quanto à atribuição do subsídio extraordinário de risco para os elementos das forças de segurança que estão envolvidos no combate à pandemia, cuja portaria foi publicada na semana passada e tem efeitos retroativos de janeiro.
Para a ASPP, a redação parece “traduzir-se em nada” e vão ser poucos os polícias que vão receber este subsídio, além de se desconhecer quando será pago.
“Aquilo que está a acontecer na PSP é de uma enorme desconsideração para com profissionais que não merecem esse tratamento e que estão cansados de muito reconhecimento de retórica e nenhum reconhecimento efetivo, sentem-se enganados“, precisou Paulo Santos.
O presidente da ASPP afirmou ainda que os polícias “compreendem bem a missão e o estado atípico e complexo” em que se encontra o país, mas exigem ser respeitados.
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