Covid-19: Suécia considera situação pandémica no país “muito grave”
As autoridades suecas consideraram hoje “muito grave” a situação no país motivada pela pandemia do coronavírus após um novo recorde de contágios, mas sublinharam que as UCI têm capacidade.
As autoridades suecas consideraram hoje “muito grave” a situação no país motivada pela pandemia do coronavírus após um novo recorde de contágios, mas sublinharam que as UCI têm capacidade para acolher doentes e são ampliáveis.
A Suécia, que adotou uma estratégia mais distendida contra o coronavírus que os restantes países nórdicos, notificou nas últimas 24 horas 7.935 novos casos e 58 mortes (soma um total de 312.728 infeções e 7.354 mortos desde março), com uma incidência de 727 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias.
“A situação é muito grave, há muitos casos em todo o país”, admitiu em conferência de imprensa Karin Tegmark Wisell, chefe de departamento da Agência de saúde pública (FHM), apesar de sublinhar que a subida tem diminuído nos últimos dias.
Das 21 regiões suecas, oito reforçaram o pessoal médico e apesar de nenhuma estar em emergência extrema, aguarda-se um agravamento da situação, segundo dados da direção-geral de Assuntos sociais.
As autoridades regionais de Estocolmo tinham alertado na quarta-feira que estavam no limite da capacidade nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e que necessitavam de reforços, mas uma responsável dos Assuntos sociais garantiu hoje que ainda existe 22% de capacidade disponível em todo o país e que podem disponibilizar mais meios se necessário.
“Estamos intranquilos com a situação, mas não ao ponto de que esteja fora de controlo. As UCI estão sobrecarregadas e o pessoal tem muito trabalho, mas podemos ampliar a capacidade. Não é uma situação de crise urgente”, indicou Irene Nilsson-Carlsson.
Nilsson-Carlsson sublinhou que foi reduzido de forma “significativa” o tempo médio de permanência nos hospitais por covid-19 face à primeira vaga, na passada primavera, e que apenas 11% dos doentes infetados necessitam atualmente de internamento nas UCI.
A Suécia tem sido o país da Escandinávia mais afetado, apesar de permanecer longe de países como Espanha, Itália, França ou Reino Unido. A sua taxa de mortalidade de 71,65 por 100.000 habitantes é cinco vezes superior à da Dinamarca e dez em comparação com Noruega e Finlândia.
De acordo com a tradição de autonomia das agências estatais, o Governo adotou a estratégia delineada pela FMH, com muitas recomendações apelando à responsabilidade individual juntamente com poucas proibições, mas mantendo abertos escolas, restaurantes, bares e locais noturnos.
O surgimento da segunda vaga provocou uma alteração na estratégia sueca, com um papel mais ativo do Governo, que proibiu reuniões públicas de mais de oito pessoas, a venda de álcool a partir das 22 horas e fixou para as 22:30 o encerramento de bares, restaurantes e clubes noturnos.
Desde segunda feira que as universidades e institutos superiores promovem o ensino de forma virtual, enquanto a FHM endureceu o tom das suas recomendações, apesar de continuar a não aconselhar o uso de máscara devido à ausência de provas científicas.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.570.398 mortos resultantes de mais de 68,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 5.278 pessoas dos 335.207 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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