E-mail está de parabéns. Forma de comunicar que mudou o mundo faz 50 anos
O primeiro e-mail entre dois computadores separados fisicamente foi uma palavra sem sentido cortada a meio, mas 50 anos depois a ferramenta é ainda a aplicação mais popular que a Internet trouxe.
O primeiro e-mail entre dois computadores separados fisicamente foi uma palavra sem sentido cortada a meio, mas 50 anos depois a ferramenta é ainda a aplicação mais popular que a Internet trouxe. Quando hoje praticamente uma em cada três pessoas deve ter um e-mail (haverá cerca de três mil milhões de contas, mas muitas pessoas têm mais de uma conta), há 50 anos a primeira tentativa de comunicar eletronicamente nem sequer correu bem.
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No dia 29 de outubro de 1969 Leonard Kleinrock, investigador da Universidade da Califórnia, enviou a mensagem “LO” para um seu colega, Douglas Engelbart. Leonard queria escrever “LOGIN”, mas o sistema foi abaixo a meio.
Antes, no início desse década, já tinham sido feitas algumas experiências de troca de mensagens entre dois terminais do mesmo computador, primeiro em tempo diferido, em 1961, e depois em tempo real, em 1965.
Mas se no princípio era o “LO”, nos anos seguintes o novo tipo de comunicação desenvolveu-se e apenas dois anos depois: em 1971, criaram-se os primeiros programas para envio de e-mail e também o símbolo arroba (@).
Cinco anos depois, em 1976, a rainha de Inglaterra, Isabel II, enviava o seu primeiro e-mail. E dois anos mais tarde o marketing iria descobrir o e-mail. E nunca mais o largaria.
Até à década de 80 do século passado a técnica foi-se aperfeiçoando e começou a ser possível, por exemplo, enviar uma mensagem para mais do que um destinatário, ordenar e salvar mensagens, reencaminhar ou responder automaticamente ou anexar ficheiros.
Foi quando surgiu também o chamado “spam”. O primeiro e-mail não autorizado e com um conteúdo publicitário enviado ao mesmo tempo para milhares de pessoas foi mandado a 01 de maio de 1978, nos Estados Unidos, segundo a página www.livinginternet.com.
Cresceu o “spam”, cresceu a concorrência, apareceu o Gmail (e-mail da Google, com muita capacidade), surgiram outras aplicações de comunicação instantânea, de texto, de áudio, de vídeo, de envio de ficheiros. Foi o Messenger, o Skype, o Twitter, o Facebook, o Instagram, o WhatsApp, para só citar alguns, tudo ferramentas mais apelativas para os jovens, que praticamente não se comunicam por e-mail.
Apesar do “spam” e de outros problemas que possa trazer, o e-mail é ainda a aplicação mais popular que trouxe a Internet. Não implica grande esforço, é rápido e gratuito, não tem de ser necessariamente respondido, pode ser breve e sem formalismos, além de que pode ser enviado a qualquer hora e lido em qualquer momento em quase todos os lugares do mundo.
Em Portugal sensivelmente ao mesmo tempo que no resto do mundo, expandiu-se a partir de meados da década de 1990 e hoje está em todo o lado: é usado pelo Governo, é usado pelos Tribunais e tem para efeitos jurídicos o mesmo valor que outra prova documental.
É recente, por exemplo, o caso dos e-mails do Benfica, envolvendo o clube de Lisboa e o Futebol Clube do Porto, ou o caso Griezmann, relacionado com e-mails também e envolvendo o jogador e dois clubes de futebol espanhóis, o Barcelona e o Atlético de Madrid. Ou o caso de Hillary Clinton, que foi candidata a Presidente dos Estados Unidos e que foi envolvida num caso relacionado com o uso de e-mails oficiais através de uma conta pessoal.
Os e-mails são um caso sério, podem ser fraudulentos, e podem também carregar vírus
Os e-mails são um caso sério, podem ser fraudulentos, e podem também carregar vírus. Em 1999, foi famoso o “melissa” que se espalhou via e-mail e provocou danos de milhões de euros. E a página “livinginternet” deixa também um conselho: nunca enviar um e-mail quando se está irritado.
É que antes do e-mail uma pessoa irritada tinha de arranjar papel e caneta, escrever uma carta, metê-la num envelope, selá-la e ir ao correio para a enviar. Tinha tempo para ponderar as palavras ou mesmo a pertinência do envio. Hoje um e-mail cheio de irritação escreve-se e manda-se em segundos. E pode ser salvo, impresso, reencaminhado e ficar exposto permanentemente.
Ainda assim, com concorrência, podendo ser demasiado impulsivos, prejudicais, com vírus, com publicidade não solicitada, a verdade é que cada vez mais escasseiam as cartas nas caixas de correio e aumentam as comunicações por e-mail.
E quanto mais longe chega a Internet mais longe chega também uma conta de e-mail, para receber faturas ou extratos bancários, para mandar e receber documentos, para enviar e receber mensagens. Através do e-mail envia-se um currículo, recebe-se uma proposta de emprego, deseja-se bom natal ou um feliz aniversário, faz-se talvez uma declaração de amor. Mesmo que a música e a poesia não falem de e-mails de amor mas sim de cartas de amor. Ainda que ridículas.
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