Eleições Presidenciais Brasil 2018: As intenções de voto dos famosos brasileiros

Na antecâmara das eleições no Brasil, que opõem Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, o Portal de Notícias ouviu algumas figuras públicas daquele país que têm ligação e reconhecimento em Portugal.

São as eleições mais polémicas de sempre na história do Brasil, o maior país da língua portuguesa. A força das redes sociais e da comunicação dos vários tipos de figuras públicas foram um dos principais alvos de atenção nesta corrida eleitoral brasileira que teve duas voltas. Ninguém quis deixar de expressar os seus pensamentos sobre o seu querido país, mesmo que estejam separados por um Oceano Atlântico. Muito idolatram ou não veem com bons olhos alguns destes famosos, mas a posição de cada um é uma marca de influência para o apoio de cada um dos candidatos.

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Famosos que apoiam Haddad

Para o lado de Fernando Haddad, candidato do Partido Trabalhista (PT), de onde saíram ex-presidentes como Dilma Rousseff e Lula da Silva, Mónica Torres – em visita a Portugal – é uma das apoiantes. «Sou Haddad 13, sou Haddad convicta, estou a torcer muito, mas está difícil. Tenho esperança, mas espero que dê certo para que ele vença», disse a atriz da Globo ao Portal de Notícias, que expõe logo o cenário que está instalado no Brasil: «As pessoas no Brasil estão muito descontentes, revoltadas, e tudo isso reflete no dia a dia».

«Aqui as pessoas estão estáveis e felizes. Tudo pode sempre melhorar apesar de alguém reclamar. É um país muitíssimo organizado, governo socialista, enfim. Sou uma grande entusiasta de Portugal […] Por um lado, vinha para aqui me tranquilizar um pouco e me afastar do furacão, vir para Portugal, estar com o meu filho… Estar fora do Brasil durante este período tem sido difícil, tirando estar aqui com o meu filho, porque só tenho visto notícias pela internet, alguma coisa pela televisão e amigos. Há uma sensação esquisita de estar aqui nesse momento tão difícil, mas dia 28 vou chegar lá de manhã e ir votar», referiu Mónica Torres onde faz uma comparação com Portugal.

Recorde-se que o voto no Brasil é obrigatório para todos os cidadãos entre os 18 e os 70 anos de idade.

«Estou assustada com todo o mundo. O Brasil está à beira de um precipício. Está desgovernado. Um dos candidatos é de esquerda socialista, outro de extrema direita. A gente não precisava desse retrocesso. Vivi a ditadura em criança. Lembro-me muito bem da dureza, do clima, da insegurança, do medo», acrescentou Mónica sem deixar de referir que «o Brasil ‘tá rachado’. Se um ganhar, vai ser por pouquíssimo. Metade do país vai estar contrariado.  Não sei se vai ser tranquilo. Somos uma população muito grande… não sei o que vai acontecer. Se o partido da esquerda ganhar acho que é uma luz ao fundo do túnel. É a melhor escolha e mais criteriosa».

Artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Marcelo D2 (que associa Bolsonaro ao fascismo) e Daniela Mercury são algumas das figuras do lado de Fernando Haddad. A atriz e modelo Bruna Marquezine, que recentemente terá terminado um relacionamento amoroso com o futebolista Neymar, também apoia Haddad por via do movimento feminista #EleNão. Outro cantor, Pabllo Vittar, também é apoiante do militante do PT perante a posição polémica de Jair Bolsonaro sobre os indivíduos homossexuais.

 

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Pela Natureza e pelo futuro dos nossos filhos…. 🌳

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Quem apoia Bolsonaro?

Do lado do polémico candidato, mas à frente das intenções de voto no Brasil, Jair Bolsonaro – membro do Partido Social Liberal (PSL) – tem também famosos do seu lado. Apesar de se registar uma inclinação para votar em Bolsonaro, aqueles que o apoiam publicamente e têm milhares de seguidores nas redes sociais, são altamente criticados. No entanto, todos eles têm vários argumentos para sustentar esta escolha para o futuro daquele país.

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Iran Costa – conhecido cantor em Portugal desde 1995 após a música “O Bicho”, que arrecadou seis discos de platina – conta-nos em exclusivo que não irá votar «por motivos profissionais», mas afirma que «se for preciso um tratamento de choque… que venha ele! [Bolsonaro]». O artista explica que decidiu apoiar o candidato do PSL «porque, como a maioria dos brasileiros, sonho com um país sem violência, acima de tudo; onde as pessoas possam viver em segurança nas ruas e até mesmo dentro de suas próprias casas, onde as crianças possam brincar nas calçadas e os doentes não terminem suas vidas abandonados nas filas de um hospital. Viver sem ódio, num ambiente tranquilo onde possamos usufruir de tudo aquilo que conquistarmos com o nosso trabalho!». E ainda acrescenta: «Amo o meu País, e espero regressar à casa um dia e encontrar tudo arrumado, para poder descansar tranquilo e com um sorriso no rosto, em saber que todos os meus também estão bem!».

Para quem contesta Bolsonaro devido à homofobia, Regina Duarte presta apoio ao político e diz que isso «é da boca para fora». A atriz da Globo afirmou na última semana que tudo o que publicam contra Jair Bolsonaro «são imagens montadas, pois mostram a reação dele, mas não a de quem provocou a reação. É unilateral. Quando souberam que ele ia se candidatar, começaram a editar todas as gravações e também a provocá-lo para que reagisse a seu estilo, que é brincalhão, machão. Daí fica a imagem de um homem tosco, bruto. Acredito que 80% dessas reações eram brincadeiras dele: você manda uma porrada e ele devolve outra».

Regina descreve Bolsonaro como uma pessoa com «alma democrática» que interpreta as declarações consideradas homofóbicas e racistas do candidato como frutos de um homem com um «humor brincalhão típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca pra fora, coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada». Ganhou rapidamente mais 300 mil seguidores na rede social Instagram.

Outras personalidades que apoiam Bolsonaro são os cantores Zezé Di Camargo e Netinho (da canção «Oh Mila) o youtuber Thiago Gagliasso (que já não fala com o irmão e ator Bruno, apoiante de Fernando Haddad).

 

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A sondagem: Bolsonaro só pensa na vitória, Haddad riposta

O candidato à segunda volta das eleições presidenciais no Brasil Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que uma eventual vitória do seu adversário, Fernando Haddad (PT), só poderia ser o resultado de uma «fraude» eleitoral.

O Partido dos Trabalhadores (PT), de Fernando Haddad, procura «manipular os números do Ibope, em preparação para o próximo domingo? Devemos ser cautelosos ou não?», questionou a Bolsonaro.

Uma sondagem do Instituto Ibope mostrou na última terça-feira que Fernando Haddad havia reduzido a diferença de voto face ao seu concorrente, para 14 pontos percentuais contra 18 apontados na pesquisa anterior.

Neste levantamento, Jair Bolsonaro aparece com 57% das intenções de voto enquanto Haddad tem 43%.

O candidato de extrema-direita expressou ainda a sua desconfiança quanto aos números anunciados para a metrópole de São Paulo. Nesta cidade, Jair Bolsonaro obteve 44% dos votos, na primeira volta, contra 19% do candidato à esquerda.

Segundo o Ibope, nesta cidade, na segunda volta das presidenciais, o candidato do PT ficaria em primeiro com 51% dos votos contra 49% para Bolsonaro.

Bolsonaro já tinha declarado, dez dias antes da primeira volta das presidenciais, que decorreram a 07 de outubro, que somente uma fraude poderia impedi-lo de ser eleito Presidente. No entanto, Fernando Haddad chegou a responder na rede social Twitter, apontando defeitos a Bolsonaro.

 

Na primeira volta das presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro conquistou 46% dos votos válidos, enquanto Haddad teve 29%. Assim que os resultados foram anunciados, o candidato do Partido Social Liberal disse que supostos “problemas” com as urnas eletrónicas teriam impedido a sua vitória.

Os candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no próximo domingo, onde 147 milhões de brasileiros decidirão quem será o sucessor de Michel Temer na Presidência do país.

Texto: Francisco Correia & Lusa
Fotos: Reprodução redes sociais

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