Passados três dias desde o início da greve de fome, Carlos Ramalho, enfermeiro e presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) conseguiu cumprir a «promessa» que fez aos colegas de profissão: manifestar-se até que o Governo voltasse a negociar com os enfermeiros. O profissional de Saúde do Hospital de Évora vai suspender esta sexta-feira, dia 22 de fevereiro, a greve de fome que começou na passada quarta-feira pelas 12h00 nos jardins em frente do Palácio de Belém.

O sindicalista confirmou que recebeu hoje uma chamada telefónica da ministra da Saúde, Marta Temido, a informá-lo de que as negociações, paradas desde 30 de janeiro, iam ser retomadas entre o Governo e os enfermeiros já em março. Num comunicado da tutela, o ministério avança que as reuniões com as estruturas sindicais estão previstas para os primeiros dias de março. «Estas reuniões incidem em temas como a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho», pode ler-se na nota divulgada.

 «Estamos satisfeitos, era isso que nós queríamos»

«A senhora ministra [da Saúde, Marta Temido] telefonou-me e também recebi aqui [no jardim] um elemento do ministério que me veio comunicar isso [abertura das negociações]», começa por contar Carlos Ramalho à Lusa. «Estamos satisfeitos, era isso que nós queríamos, retomar as negociações, dialogar, mas o que pretendemos é uma negociação séria», salienta. Os sindicatos querem «uma negociação onde de facto as duas partes falem francamente, num diálogo aberto, e negociarem isso. Pode haver cedências de ambas as partes, mas também tem de haver concessões», acrescenta.

Reuniões destinadas à celebração do acordo colectivo de trabalho também serão retomadas com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (Fense), avança o comunicado. Estas últimas negociações decorrem desde novembro de 2018. «Por seu lado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses solicitou esta semana uma nova reunião sobre outros assuntos», pode-ler ainda.

[em atualização]

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