Especialista defende «acesso mais rápido» e «medidas de reorganização» para tratar AVC
A coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, defendeu “um acesso mais rápido” a tratamentos e “medidas de reorganização” dos recursos, apesar da progressiva redução da mortalidade por AVC.
A coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), defendeu hoje “um acesso mais rápido” a tratamentos e “medidas de reorganização” dos recursos, apesar da progressiva redução da mortalidade por AVC.
A propósito do Dia Mundial do AVC , que se assinala domingo, Teresa Cardoso, que é também assistente hospitalar graduada sénior de Medicina Interna no Centro Hospitalar de São João, no Porto, alertou para “a necessidade de um acesso rápido por parte dos doentes a determinados tratamento e intervenções, que podem fazer a diferença”.
Teresa Cardoso defende que esta rapidez “é a chave no sucesso e constitui um enorme desafio na reorganização do sistema de saúde”.
A especialista propõe medidas como “o aumento dos centros de intervenção e/ou a criação de estratégias de transporte direto dos doentes para esses centros após avaliação de indicação”, o que obriga “a uma reorganização rápida dos recursos”.
“É um grande desafio tornar as novas estratégias terapêuticas na fase aguda do AVC rapidamente acessíveis à maioria da população”, considerou.
De acordo com os dados publicados pela Direção-Geral da Saúde (Relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares 2017), tem-se assistido a “uma diminuição progressiva da mortalidade por AVC nos últimos anos em Portugal (19,7%), particularmente no AVC isquémico abaixo dos 70 anos (redução de 39%)”, o que se traduziu em “menos 1.261 óbitos entre 2013 e 2014”.
Estes resultados refletem “uma melhor prevenção (lei da cessação tabágica, legislação sobre o conteúdo de sal no pão, tratamento da hipertensão, anticoagulação na fibrilhação auricular, controlo da diabetes entre outros), uma consolidação da atividade nas unidades de AVC, uma melhoria no encaminhamento dos casos de AVC agudo através da via verde e a uma enorme evolução no tratamento da fase aguda do AVC”.
A estes números juntam-se outros que revelam que “em 80,7% dos casos, decorreram menos de duas horas entre a identificação dos sinais e sintomas de AVC e o encaminhamento através da Via Verde do AVC”, cuja ativação “leva a uma resposta célere, mais adequada e eficaz dos serviços de saúde”.
“E aqui assume particular relevância a educação das populações para o reconhecimento precoce dos sinais de alarme e da forma de acionar os meios específicos de auxílio (112)”, sublinhou a médica.
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