Mudança da hora foi hoje, mas especialistas do sono estão contra
Especialistas do sono advertem para os efeitos nocivos da mudança da hora para a do verão. Trata-se, dizem, de algo contra-natura pedem para horário de inverno de mantenha todo o ano.
Associação Portuguesa de Sono (APS) é contra a mudança da hora. Defende que Portugal deveria permanecer sempre no horário de inverno porque “o nosso organismo está sintonizado com a hora de inverno”. “Todos os estudos revelam que a permanência deste horário tem efeitos benéficos para a saúde física e psicológica”, afirma Helena Estêvão, citada pelo JN.
A mudança da hora, que se deu nesta de domingo – com o adiantar dos pontoeiros em 60 minutos – é prejudicial, “sobretudo para as crianças”. “Todos os ritmos, como os das refeições e o do sono, estão regulados com o horário de inverno. A mudança da hora não é um ato natural”, adverte.
“O sono é afetado com o avanço diário de uma hora e, consequentemente, há tendência para reduzir o tempo de sono noturno durante os dias de escola e compensar ao fim de semana”, observa.
Em 2019, os eurodeputados aprovaram uma resolução da Comissão Europeia para abolir a mudança da hora e a legislação deveria ter entrado em vigor neste ano. O Parlamento Europeu (PE) aconselhou também a cada Estado-membro a realização de consultas públicas e a avaliação do impacto da introdução das medidas, para que viesse a optar-se por um dos horários, o de verão ou o do inverno.
Portugal optou por manter o regime horário bianual, sustentado-se num relatório do Observatório Astronómico de Lisboa. A Comissão Europeia deveria ter sido notificada até 1 de abril, mas a decisão alterou prioridades e o assunto perdeu-se no tempo, por causa da pandemia.
O lado bom e o lado mau da mudança da hora
A diminuição do tempo de sono prejudica o “desempenho profissional e escolar” e “aumenta o risco de acidentes cardio e cerebrovasculares”. Pode, até, fazer subir o número de “acidentes de viação”, enumera a especialista em sono.
A longo prazo, há igualmente consequências. “Maior propensão para cancro, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas e deterioração do sistema imunológico”, avisa.
A favor da mudança joga o argumento da poupança de energia, porque o dia ‘torna-se’ mais longo. Mas a Associação Portuguesa de Sono apresenta a outra face desta moeda. O valor poupado em energia é em muito inferior aos gastos para “tratar os efeitos negativos” da mudança da hora.
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