Exposição do Museu Natural de Londres sobre a extinção chega ao Porto
A exposição “Extinção – O início ou o fim?” foi inaugurada, no Porto, vinda do Museu de História Natural de Londres, e apresenta mais de 60 espécies em vias de extinção, extintas ou salvas, entre elas fósseis de dinossauros.
A exposição “Extinção — O início ou o fim?” foi hoje inaugurada, no Porto, vinda do Museu de História Natural de Londres, e apresenta mais de 60 espécies em vias de extinção, extintas ou salvas, entre elas fósseis de dinossauros.
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Até 08 de outubro, a Alfândega do Porto é palco de animais como o golfinho de Baiji, extinto em 2006, mas também como a tartaruga-de-couro, designada como fóssil vivo, habitando no planeta há mais de 110 milhões de anos, ultrapassando extinções em massa, havendo ainda espaço também para fragmentos de um meteorito.
“A exposição pretende abordar toda a história da vida no planeta Terra, desde as origens, até à especulação do futuro. Sempre em torno da extinção, que acaba por ser um motor de evolução da vida. Temos de distinguir a extinção em massa, causada por fenómenos indesejáveis, por uma extinção de ponto que sempre acontece ao longo da vida”, explicou Paula Paz Dias, diretora da exposição em Portugal.
Logo à entrada, um crânio de um dinossauro ‘cumprimenta’ os visitantes, iniciando o percurso pelas espécies já extintas, tal como o tigre-dente-de-sabre e o Dodô, passando depois para projetos de conservação bem sucedidos, como o órix-da-arábia e a palanca negra africana.
Há também um convite à reflexão sobre que espécies se devem salvar, uma questão muito debatida na comunidade científica, cujo exemplo prático oferecido nesta exposição é o tigre, com uma população a rondar agora os cerca de 3.000.
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“Não podemos proteger todas as espécies, temos de ter uma política global de perceber quais são as espécies que queremos intervir e manter. Esta seleção é uma questão em aberto e tem de haver um consenso alargado internacional, é uma questão que vai continuar em discussão. Deverão ser aquelas essenciais para a sobrevivência da espécie humana? Nós não estamos imunes a essa extinção”, referiu.
A exposição apresenta-nos também exemplos das designadas “espécies invasoras”, ou seja, animais como cães e gatos que, ao “terem viajado com os exploradores”, desequilibraram os “ecossistemas profundamente”, segundo explicou Soraia Salvador, que trabalha no Museu de História Natural de Londres, há dois anos.
“Para terminar a exposição, acabamos a falar do Homem. [Tendo em conta] o impacto humano que estamos a provocar no planeta, o que vai causar a nossa extinção? Em média, cada espécie fica no planeta um milhão de anos e depois extingue-se. Nós teremos a nossa extinção, eventualmente. A pergunta é: qual será o fenómeno? Queremos que as pessoas reflitam. A verdade é que o planeta sabe mais que nós e estamos tão vulneráveis como qualquer animal”, concluiu a portuguesa responsável pelas exposições na Europa, América Latina e Médio Oriente.
O espaço conta também filmes e audiovisuais interativos, jogos de simulação para crianças e famílias, palestras e conferências, naquela que além de uma montra de animais e que pretende expandir o debate sobre a extinção, enquanto fenómeno natural ou provocado.
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