FESAP espera que greve pressione Governo a descongelar carreiras na saúde
O secretário-geral da FESAP disse esperar que a greve do setor da saúde desta sexta-feira leve o Governo a entender a necessidade de melhorar as carreiras
O secretário-geral da FESAP disse hoje esperar que a greve do setor da saúde desta sexta-feira leve o Governo a entender a necessidade de melhorar as carreiras dos trabalhadores com contratos individuais e de reduzir o seu horário laboral.
“Espero que o Governo possa ler esta mensagem e que seja aberto rapidamente um processo negocial que se possa concluir até 31 de dezembro de 2017”, de modo a estar em vigor a 02 de janeiro de 2018, afirmou hoje em conferência de imprensa José Abrãao, da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), ligada à UGT.
Para esta sexta-feira [24 de novembro] está convocada uma greve no setor da saúde, que abrangerá cerca de 200 mil trabalhadores, convocada tanto pelas estruturas da UGT (FESAP) como da CGTP-IN (Frente Comum).
Entre as motivações da greve estão os 40 mil profissionais de saúde com contratos individuais de trabalho — sobretudo dos hospitais EPE – que não têm acordo coletivo de trabalho, pelo que não beneficiam do descongelamento das carreiras, nem têm horário semanal de 35 horas.
Em causa está, nomeadamente, a valorização das carreiras dos assistentes técnicos (administrativos) e assistentes operacionais (auxiliares).
“O texto do acordo coletivo de trabalho está praticamente negociado, só falta vontade política”, afirmou José Abraão, que disse já ter pedido a semana passada uma reunião ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para discutir o tema.
O dirigente sindical considerou que é importante que o Governo “não reduza” os problemas laborais na saúde [apenas] “aos médicos e enfermeiros, que têm feito excelente trabalho”, mas que aprove melhorias para todos os profissionais, uma vez que todos são necessários ao funcionamento dos serviços.
Sobre os custos da melhoria salarial desses trabalhadores, o dirigente sindical disse que não compete à FESAP fazer as contas, mas acrescentou que esta estrutura sindical está “disponível para negociar, para acomodar no tempo” eventuais melhorias salariais negociadas.
Sobre a greve desta sexta-feira no setor da saúde, José Abraão previu impactos significativos nos serviços.
“Vai haver problemas no funcionamento dos serviços, nas consultas, atendimento, diagnósticos”, afirmou, pedindo compreensão aos utentes que sejam afetados.
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