Filho de Rosa Grilo tem visitado a campa do triatleta para “falar com o pai”
Renato Grilo tem 14 anos e os últimos meses tem-nos passado com Júlia Grilo, tia do lado paterno, afastando-se cada vez mais da mãe e restantes familiares maternos.
Há mais de ano e meio que Portugal espera o desfecho do caso da morte de Luís Grilo. A próxima audiência do tribunal de Loures é dia 18 e o fim do caso continua por decidir. Rosa Grilo e António Joaquim estão acusados da morte de Luís Grilo, triatleta que deixou um filho. Renato Grilo tem 14 anos e os últimos meses tem-nos passado com Júlia Grilo, tia-avó do lado paterno, afastando-se cada vez mais da mãe e restantes familiares maternos.
António Rebelo, o advogado que representa a criança e a família paterna falou com o programa Linha Aberta e revelou que Renato vive numa “ansiedade permanente de querer saber quem é que tirou a vida ao pai dele”.
“Após os acontecimentos de 2018 o Renato teve que ter baixa médica, deixou de ir à escola e passou por um momento bastante terrível com alterações de comportamento, perturbações de sono e ainda que acompanhado pela psicóloga Sofia Guedes e pedopsiquiatra, só mais tarde veio a recuperar uma certa estabilidade emocional”, revelou o advogado.
Segundo António Rebelo, a exposição da vida de Luís Grilo levou a que o adolescente deixasse de conseguir dormir, ainda que sob medicação.
Renato quis estar presente na leitura do acórdão, mas não lhe foi permitido pela juíza. Desaconselhado pelo advogado, psicóloga e pedopsiquiatra, Renato continua a fazer ‘finca pé’ para estar presente e tribunal.
Renato não quer visitar a mãe
Desde julho que Renato não visita a mãe ou lhe atende as chamadas. Os pais da arguida alegam que o adolescente está a ser influenciado por Júlia Grilo, mas o advogado nega. “A decisão [ de não visitar Rosa Grilo ] é da inteira vontade do Renato. Ele não visita a mãe por razões que só a ele dizem respeito. A partir de Julho, Agosto. Mas esta decisão está reflectida no relatório social que está juntos aos autos no processo tutelar no tribunal de menores de Vila Franca de Xira, onde o Renato, a certa altura, afirma que não gosta de imposições. E que tanto a visita à mãe como aos avós é quando lhe apetecer, com estes termos. O Renato não se sujeita e não se quer sujeitar a que sejam outros a impor lhe a decisão”, refere o advogado.
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A distância dos avós paternos
Renato Grilo tem ido ao cemitério amiúde para visitar a campa de Luís Grilo pois precisa de “falar com o pai”.
“O Renato vai com alguma regularidade às Cachoeiras acompanhada da tia e dos primos, visitar a campa do pai. O Renato sente alguma mágoa e sente-se bastante triste por não poder ir à casa que é dele. Desde Março do ano passado que substituíram as fechaduras [os avós paternos]. O problema é que isto acaba por influir de alguma forma na recuperação do Renato”, diz ainda o advogado.
Texto: Marta Amorim | Fotos: DR
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