Filmes de Cláudia Varejão e Luciana Fina juntam-se ao Festival de Veneza
Os filmes “Kora”, de Cláudia Varejão, e “Sempre”, de Luciana Fina, vão ser exibidos no programa “Dias dos Autores”, no Festival Internacional de Cinema de Veneza, que começa a 28 de agosto em Itália.
Ambos estão integrados na seleção oficial de “Dias dos Autores” (“Giornate degli Autori”), hoje anunciada, e que é uma secção paralela e independente do festival de Veneza.
“Kora” é uma curta-metragem sobre mulheres refugiadas que vivem em Portugal, a partir das fotografias que as protagonistas trazem consigo. Veneza descreve o filme como “um manifesto contra a guerra e a discriminação das mulheres”.
“Num momento em que têm de deixar os seus países, por causa de um conflito armado, há pouca coisa que possamos trazer, mas uma delas são as fotografias. O filme conta a história destas mulheres através destes retratos”, explicou a realizadora à agência Lusa em 2022, quando preparava o filme.
Produzido pela Terratreme Filmes, “Kora” sucede à longa-metragem “Lobo e Cão”, que Cláudia Varejão estreou em 2022, em Veneza, tendo recebido o prémio de melhor realização precisamente no programa “Dias dos Autores”.
Neste mesmo programa estará “Sempre”, um documentário de montagem que a artista italiana Luciana Fina fez a partir dos arquivos da Cinemateca Portuguesa.
O filme surge na sequência de um convite da Cinemateca à autora para assinalar os 50 anos da Revolução de Abril de 1974 e que resultou na criação de uma instalação artística, “Sempre — A palavra, o sonho e a poesia na rua”, que esteve patente até junho em Lisboa.
“Sempre” aborda a repressão da ditadura do Estado Novo, o processo revolucionário em curso que se sucedeu, a descolonização, entre outras questões, mas também “repropõe os gestos de grandes cineastas que entraram em ação juntamente com artistas, compositores e realizadores de rádio”, que registaram os acontecimentos, lê-se na sinopse.
Luciana Fina, que colabora há vários anos com a Cinemateca Portuguesa, tem desenvolvido um trabalho visual destinado tanto a salas de cinema como a galerias e museus.
Entre a produção mais recente contam-se os filmes “In Medias Res” (2014), “Terceiro Andar” (2016) e “Questo è il piano” (2020).
O Festival de Cinema de Veneza vai acontecer de 28 de agosto a 07 de setembro, abrindo com o filme “Beetlejuice Beetlejuice”, de Tim Burton.
O júri vai ser presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert e o festival atribuirá o Leão de Ouro de carreira à atriz norte-americana Sigourney Weaver.
Anteriormente foi anunciado que no mercado dedicado ao filme, para projetos em finalização de financiamento, estará a produção “Projeto Global”, filme e série de Ivo M. Ferreira, pela O Som e a Fúria, produtora que também apresentará a coprodução “Jealous White men”, de Ivan Granovsky, com a Argentina, Itália, Brasil e Alemanha.
À procura de financiamento estará também “Last night I conquered the city of Thebes”, de Gabriel Azorín, numa produção espanhola com a portuguesa Primeira Idade.
A programação do festival de cinema de Veneza será divulgada a 23 de julho.
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By Impala News / Lusa
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