Fotógrafo alemão Thomas Struth vence Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

O fotógrafo alemão Thomas Struth é o vencedor do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural de 2024, anunciou hoje o Centro Nacional de Cultura (CNC), promotor da iniciativa.

Fotógrafo alemão Thomas Struth vence Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

“Este reconhecimento europeu presta homenagem à excecional contribuição de um dos maiores fotógrafos do nosso tempo para a promoção do património cultural e dos valores europeus”, justifica o CNC, em comunicado.

Nas palavras do júri, presidido por Maria Calado, presidente do CNC, “a obra de Thomas Struth encarna o que é essencial em termos de património: retrata pessoas, cidades, museus, ambientes, tecnologias, e é uma revelação para todos daquilo que muitos não conhecem”.

“É um europeu aberto ao mundo, com uma admirável intuição. Se uma imagem vale mais que mil palavras, Thomas Struth ‘escreveu’ uma obra monumental que mostra e promove a paixão pelo património, tanto europeu como universal, evitando, como o próprio faz questão de dizer, ‘que as coisas morram'”.

Reagindo à atribuição do prémio, Thomas Struth, citado pelo comunicado do CNC, manifestou-se “absolutamente encantado”, defendendo que a “consciência de uma Europa unida e do seu património cultural é particularmente importante no mundo de hoje”.

Thomas Struth, nascido em 1954 em Geldern, Alemanha, é conhecido pela sua série “Museum Photographs”, imagens coloridas monumentais de pessoas a admirar obras de arte em museus.

“As suas fotografias são caracterizadas pelas cores exuberantes e uma extrema atenção aos detalhes e, devido ao seu grande tamanho, têm um efeito hipnotizante”, assinala o CNC.

Reconhecido pelo seu trabalho fotográfico desde a década de 1970, Thomas Struth é movido pela ideia de que a arte deve “mostrar o que os outros não veem”.

O júri do prémio concedeu também um Reconhecimento Especial à bailarina cipriota Ioanna Avraam, atualmente primeira-bailarina do Ballet da Ópera de Viena, pela sua “contribuição para a promoção do património cultural intangível”.

Esta distinção foi justificada pela capacidade da bailarina de contribuir, através da sua arte, “para a promoção do património cultural intangível, promovendo valores como a liberdade, a igualdade e o respeito pela diversidade”.

Ioanna Avraam agradeceu ao júri o prémio, sublinhando que este também homenageia o Vienna State Ballet, uma companhia multicultural, e destaca a sua “pequena e infelizmente parcialmente ocupada terra natal, Chipre”.

A bailarina sublinhou ainda a importância de, enquanto artista, através da arte e dos valores que promove, lutar contra todas as formas de desencanto, como as guerras de poder, a destruição ambiental, a pobreza, a desigualdade, a exclusão social e o fanatismo religioso e nacionalista.

A carreira de Ioanna Avraam, nascida em Nicósia, inclui diversos papéis do repertório clássico, neoclássico e contemporâneo, que interpreta recorrendo à sua extraordinária técnica, mas também à arte requintada e única que traz para a sua interpretação, refere o comunicado do CNC.

“É frequentemente convidada para dançar como artista convidada em muitos países da Europa e de outros continentes, tornando-se assim uma exemplar embaixadora do Património Cultural Europeu”, acrescenta.

O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura, em colaboração com a organização Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, com o apoio do Ministério da Cultura, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.

O júri é composto por especialistas independentes nos campos da cultura, património e comunicação de vários países europeus: Francisco Pinto Balsemão (Portugal), presidente do Conselho de Administração do Grupo Impresa, Piet Jaspaert (Bélgica), vice-presidente da Europa Nostra, João David Nunes (Portugal), vice-presidente do Clube Português de Imprensa, Guilherme d’Oliveira Martins (Portugal), administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Irina Subotic (Sérvia), presidente da Europa Nostra Sérvia, e Marianne Ytterdal (Noruega), membro do Conselho da Europa Nostra.

A cerimónia de atribuição do prémio terá lugar em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, no próximo dia 21 de outubro, às 18:00.

O primeiro distinguido com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, em 2013, foi o escritor italiano Claudio Magris.

No ano passado o vencedor foi o barítono português Jorge Chaminé.

AL // MAG

By Impala News / Lusa

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