Grávidas podem ser despedidas num despedimento coletivo
O tema foi debatido após uma mulher grávida, em Espanha, ter sido despedida na sequência de um despedimento colectivo

Segundo um acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia, as empresas podem despedir mulheres grávidas no caso de um despedimento colectivo. O acórdão foi divulgado esta quinta-feira, dia 22, no jornal espanhol El País e explica que as legislações dos diferentes países que permitem o despedimento de uma trabalhadora grávida na sequência de um despedimento coletivo não se opõem à directiva comunitária.
«A Directiva 92/85 proíbe o despedimento das trabalhadoras durante o período compreendido entre o início da gravidez e o termo da licença de maternidade, salvo nos casos excepcionais não relacionados com o estado de gravidez, admitidos pelas legislações e/ou práticas nacionais», pode ler-se no comunicado.
O tema surge em debate após uma funcionária do Bankia, grávida, ser despedida em virtude de um despedimento coletivo. Quando notificada pela empresa, a trabalhadora contestou junto do Tribunal do Trabalho de Mataró, Espanha, e este pronunciou-se a favor do Bankia. A grávida recorreu então ao Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
Em comunicado de Imprensa, o Tribunal de Justiça considera que uma decisão de despedimento por motivos de gravidez da trabalhadora é «incompatível com a proibição de despedimento prevista nesta directiva». Ainda assim, caso a entidade patronal emitir por escrito os motivos e justificações para a demissão, a decisão de demissão «não é contrária à Diretiva 92/85».
E em Portugal?
No nosso país, um empregador que pretenda despedir uma mulher grávida, puérpera ou lactante, terá de solicitar parecer prévio à Comissão Para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), «constituindo contra-ordenação grave a violação deste dever, para além da ilicitude do despedimento (artigo 63.º e alínea d) do artigo 381.º do Código do Trabalho)»
Siga a Impala no Instagram