Grupo Lusófona vai assegurar ensino profissional em Angola e Cabo Verde
O Grupo Lusófona deverá criar em breve em Angola e em Cabo Verde estabelecimentos de ensino profissional, correspondendo ao interesse das autoridades dos dois países, disse à Lusa a fundadora, Teresa Damásio.
Fundadora e diretora da Direção de Relações Internacionais, Estágios, Emprego e Empreendedorismo do Grupo Lusófona, de que é administradora, Teresa Damásio destaca que aqueles dois países têm necessidade de mão-de-obra qualificada para a indústria e para os serviços.
As autoridades angolanas e cabo-verdianas “têm demonstrado, efetivamente, muito interesse neste tipo de ensino. Começa a haver um tecido empresarial e mesmo necessidades industriais diferentes nas várias regiões” de Angola e Cabo Verde pelo que “obviamente que o ensino profissional começa a ser muito necessário”, na medida em que “é fundamental um bom ensino profissional para uma boa economia”.
A criação de estabelecimentos de formação profissional em Angola e Cabo Verde replica o que o Grupo Lusófona já tem em Moçambique e Cabo Verde.
Autora do livro “O Estado das Coisas — Visões Sobre a Igualdade, o Ensino e o Estado do País em geral”, Teresa Damásio apresenta nesta sua obra as suas reflexões sobre temas como gestão e liderança, política, educação, igualdade de género e cooperação com África.
Com cerca de 27 mil alunos a frequentar atualmente diferentes graus de ensino, em estabelecimentos de ensino superior e médio nos países de língua portuguesa, à exceção de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste, o Grupo Lusófona já formou cerca de 30 mil sendo o “grupo que tem as maiores escolas profissionais em Portugal”, destacou.
Teresa Damásio reconhece que a fuga de cérebros é um problema, designadamente em Cabo Verde.
“Nós trabalhamos para que isso não aconteça, não é? E, portanto, nós qualificamos as pessoas para que isso não aconteça. Eu diria que em Cabo Verde isso é um problema, de facto, completamente espelhado nos estudos científicos e nas estatísticas”, destaca.
“Cabo Verde tem um problema muito grave, assumido pelas autoridades cabo-verdianas, que os jovens saem todos de Cabo Verde para virem estudar para fora”, acrescenta.
Teresa Damásio anuncia que a Câmara Municipal do Mindelo, a segunda cidade do país, já deu terrenos ao Grupo Lusófona para a construção de uma residência universitária.
“Aquilo que nós entendemos é que Cabo Verde tem a situação geopolítica, geoestratégica, perfeita para acolher alunos da África Ocidental”, afirma.
Ao contrário de Cabo Verde, na Guiné-Bissau a fuga de cérebros não se verifica.
“É muito curioso. Os quadros querem sempre voltar à Guiné, ou seja, aquela questão da ‘guineendade'”, salienta Teresa Damásio, referindo-se ao conceito de identidade nacional, à vivência sociocultural do guineense ou à língua crioula.
“Portanto, aquele sentimento muito forte de pertença que os guineenses têm, efetivamente sente-se. E, por isso, é que eu entendo, eu e o nosso Grupo, entende que quando se olha para a Guiné-Bissau, tem que se perceber que a Guiné foi e deverá continuar a ser um parceiro de excelência no seio da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]”, frisa.
Teresa Damásio considera que tal se deve à localização geográfica do país, encravado numa região esmagadoramente francófona.
“A Guiné é um país da CEDEAO [Comunidade económica dos Estados da África Ocidental], é um país da UEMOA [União Monetária e Económica da África Ocidental]. Ou seja, a pressão francófona na Guiné-Bissau leva a que o Estado, as autoridades e todos os agentes económicos devam ter uma enorme preocupação em consolidar os laços” com Portugal.
EL // VM
By Impala News / Lusa
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