Haddad diz que apoiar Bolsonaro é promover “o ódio e a violência” no país
O candidato Fernando Haddad (PT, esquerda), que disputará no domingo a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras com Jair Bolsonaro, reiterou hoje que apoiar o candidato da extrema-direita é promover “o ódio e a violência” no Brasil.
“O país precisa de um Presidente que governe para todos, cuide daqueles que mais precisam e que garanta o diálogo”, disse Haddad no seu último espaço televisivo, antes de os brasileiros se dirigirem às urnas de voto, no próximo domingo.
Nesse espaço televisivo, a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) voltou a criticar a recusa de Bolsonaro em participar nos quatro debates previstos na televisão, uma decisão justificada com a necessidade de repouso depois do ataque à faca que o candidato da extrema-direita sofreu em setembro passado.
“Bolsonaro fugiu do debate e se esconde para esconder do país as suas declarações desequilibradas”, disse um locutor, no espaço televisivo propagandístico do PT, ao mesmo tempo que eram apresentados vídeos com reivindicações controversas do candidato Jair Bolsonaro, todos de caráter sexista, racista ou homofóbico.
Também foram apresentados vídeos em que Bolsonaro se diz a favor da tortura e defende a ditadura militar que governou o país entre 1964 e 1985, assim como outros vídeos captados nos últimos meses, em que o candidato promete “fuzilar” os seguidores do PT ou “varrê-los da pátria”.
“Bolsonaro não é um candidato do povo. Ele é o candidato dos milionários e o candidato da violência”, assegura a campanha do PT, que reforçou no seu último espaço o aviso de que o líder da extrema-direita pode fazer cair o Brasil na “escuridão”.
Num tom mais conciliador, Haddad dirigiu-se aos eleitores que “estão angustiados, aqueles que acordam cedo todos os dias e vão para a luta por um mundo melhor”, pedindo-lhes “para não perderem a coragem e fé”.
No vídeo, Haddad afirma ainda que os brasileiros querem “um Governo que não acabe com os direitos, coloque comida na mesa, crie empregos e dê paz e segurança ao país”.
Declarou ainda que o PT “já fez isso” antes, durante a administração de Lula da Silva – detido, a cumprir pena -, figura política que Haddad não mencionou uma única vez no seu último discurso televisivo de propaganda.
Por outro lado, Haddad salientou hoje que a repressão que a Justiça Eleitoral tenta impor nas universidades não silenciará professores e alunos que o apoiam.
“De nada serve intimidar as universidades. De nada serve invadir os campos universitários. A educação não se vai calar”, disse o candidata do PT numa mensagem no Twitter, depois da entrada de fiscais em escolas, para retirar propagandas políticas.
Por ordem de diversos tribunais eleitorais regionais, foram retirados de 17 universidades públicas supostos meteriais de campanha, embora, em muitos casos, fossem simples mensagens contra o fascismo ou autoritarismo.
Os fiscais consideraram que tal material constituiu um ataque a Bolsonaro.
A decisão sobre o sucessor de Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil está marcada para o próximo domingo, onde 147 milhões de brasileiros irão às urnas exercer o seu voto.
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