Hospital de Ponta Delgada reitera urgência de instalação de hospital modular

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) considerou hoje ser urgente implementar “soluções de retaguarda”, nomeadamente a instalação de um hospital modular na maior unidade de saúde dos Açores, que ficou inoperacional devido ao incêndio de 04 de maio.

Hospital de Ponta Delgada reitera urgência de instalação de hospital modular

“Neste momento, o bloco operatório está inoperacional. Nem podemos adiantar datas de previsão de abertura. E necessitamos de mais blocos operatórios. Esta solução de uma estrutura modular está em cima da mesa e acredito que teremos uma resposta positiva a muito breve trecho, o que permitiria realizar mais cirurgias de urgência e programadas”, disse a presidente do conselho de administração da unidade, Manuela Gomes de Menezes, numa conferência de imprensa.

Também a diretora clínica do hospital, Paula Macedo, sublinhou que “dentro das resoluções” para o hospital, uma terá que passar por “uma solução de capacidade cirúrgica”, lembrando que o hospital de Ponta Delgada está “repartido por várias instituições”, mas as equipas “não estão paradas”.

“Os recursos já eram limitados para manter numa urgência em presença física no HDES, a dificuldade é maior ainda quando temos o hospital repartido”, vincou, frisando que até são necessários “mais recursos humanos”.

Paula Macedo sustentou, na conferência de imprensa realizada na maior unidade de saúde dos Açores, que “não é possível manter o hospital desta forma durante muito tempo”.

“Tem que haver uma solução. Foram apresentadas algumas soluções e esperamos urgentemente. É preciso alguma coisa que nos faça a retaguarda para além do sonho de termos um novo hospital, e estas soluções estão ser discutidas com a tutela”, afirmou.

Segundo Paula Macedo, 20 dias após o incêndio, há “capacidade para retomar o normal funcionamento da consulta externa”, nomeadamente do hospital de dia.

“Já foram realizadas durante o período de 20 dias um total de 2.611 consultas, muitas telefónicas, mas será retomado de forma habitual o normal funcionamento. Antes do incêndio a média era de 525 consultas diárias e atualmente estão a ser feitas 131 consultas diárias”, adiantou.

Também foi retomada a normalidade de funcionamento da Oncologia médica, assim como o serviço de Medicina Física e Reabilitação e a hemodiálise, com o regresso que está a ser feito de doentes deslocados, segundo avançou.

A atividade da consulta externa recomeçou, de forma gradual, esta semana em todas as suas valências, através de consultas telefónicas, predominantemente, e algumas presenciais, de acordo com Paula Macedo.

Por outro lado, a consulta externa na especialidade de Pediatria está a ser diariamente realizada no edifício da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM), junto ao Hospital de Ponta Delgada.

“Só foram realizadas consultas telefónicas, mas na próxima semana retomarão as consultas presenciais, tendo sido criada uma linha telefónica para dar apoio aos pais das crianças relativamente ao agendamento das consultas e exames”, detalhou a diretora clínica.

Ainda na Pediatria, estão garantidas as valências de urgência, hospital de dia e internamento numa estrutura de saúde na Lagoa, havendo ainda a parceria com o Hospital da Terceira na eventualidade de internamento.

Quanto à urgência, que continua encerrada no Hospital de Ponta Delgada, mantêm-se os dois postos de urgência no Centro de Saúde da Ribeira Grande e no hospital privado na Lagoa, na ilha de São Miguel.

O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, que deflagrou no dia 04 de maio, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

APE // MAD

By Impala News / Lusa

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