Interação entre furacão e superfície frontal fria nos Açores é fator de maior preocupação
A interação entre o furacão Ophelia e uma superfície frontal fria nos Açores é o fator de maior preocupação, disse o meteorologista Carlos Ramalho, da delegação regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A interação entre o furacão Ophelia e uma superfície frontal fria nos Açores é o fator de maior preocupação, disse hoje o meteorologista Carlos Ramalho, da delegação regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“O que nos preocupa mais neste momento em relação ao ciclone tropical [designação meteorológica que engloba tempestades tropicais e furacões de categorias 1 a 5] é a interação com uma superfície frontal que está a chegar ao grupo central”, afirmou aos jornalistas Carlos Ramalho.
Segundo o meteorologista, a “interação destes dois sistemas deverá provocar muita precipitação” nos grupos central (Pico, Faial, Terceira, São Jorge e Graciosa) e oriental (Santa Maria e São Miguel), o que justificou a emissão de aviso vermelho de precipitação para as sete ilhas.
“Estamos a prever chuva que numa hora poderá ter valores superiores a 40 litros por metro quadrado” declarou Carlos Ramalho, informando que hoje, entre as 07:00 e as 08:00 locais (mais uma hora em Lisboa), na ilha do Pico “já caíram 20 litros por metro quadrado” em apenas uma hora.
Questionado se a passagem de um furacão pela região é uma situação normal em outubro, Carlos Ramalho explicou que “o mês em que ocorre, com mais frequência ciclones tropicais no arquipélago dos Açores é setembro e de seguida outubro”.
“Portanto, estamos dentro da época normal dos ciclones tropicais”, afirmou, ressalvando que a conjugação de um furacão com uma superfície frontal fria “tem ocorrido com menos frequência” nos Açores.
Carlos Ramalho esclareceu que “nesta zona não é muito frequente” ter a superfície frontal a interagir com um ciclone tropical.
O centro do furacão Ophelia deverá estar às 18:00 de hoje a 155 quilómetros de Santa Maria, nos Açores, mas já em categoria 1 (a mais baixa), anunciou o IPMA na sexta-feira à noite.
O IPMA colocou, entretanto, as sete ilhas dos grupos oriental e central sob aviso vermelho devido à possibilidade de chuva forte.
Em São Miguel e Santa Maria o aviso vermelho vigora entre as 18:00 e as 24:00. Este é antecedido de um aviso laranja também para chuva a partir das 12:00 e por um amarelo até esta hora.
Nestas duas ilhas vigora também aviso laranja para vento (entre as 12:00 de hoje e as 06:00 de domingo) e amarelo para agitação marítima, no mesmo período, e, ainda, de trovoada ao longo da tarde e noite.
No grupo central, o aviso vermelho vigora entre as 12:00 e as 18:00 para chuva forte, mas antes está sob aviso laranja. Há ainda aviso amarelo para trovoada.
O aviso vermelho é o mais grave de uma escala de quatro e representa uma situação meteorológica de risco extremo. O aviso laranja é o segundo da escala e indica situação meteorológica de risco moderado a elevado. O aviso amarelo é o terceiro da escala e revela uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
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