Israel concorda “em princípio” com corredor marítimo humanitário entre Chipre e Gaza
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita anunciou hoje ter concordado, “em princípio”, com a abertura de um corredor marítimo humanitário entre a ilha de Chipre, no leste do Mediterrâneo, e a Faixa de Gaza.
“Em princípio, existe uma autorização para utilizar esta rota [marítima], mas ainda há alguns problemas práticos a resolver”, declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o porta-voz do ministério israelita, Lior Haiat.
O projeto deverá contribuir para aumentar significativamente a ajuda humanitária aos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, cujos contentores europeus e de outros destinos serão descarregados em Chipre “sob a supervisão israelita”, sublinhou.
A proposta foi apresentada há várias semanas por Chipre, após o início da guerra, a 07 de outubro, entre Israel e o Hamas, o movimento islamita palestiniano no poder na Faixa de Gaza.
Chipre fica a 400 quilómetros da costa da Faixa de Gaza.
Citadas hoje pela agência noticiosa CNA, fontes oficiais cipriotas afirmaram que Nicósia tinha concluído todos os procedimentos para a criação do corredor marítimo.
No entanto, foram levantadas questões sobre a segurança dos navios e respetivas tripulações à medida que se aproximam da costa de Gaza, bem como sobre as modalidades de descarga.
Ao apresentar o plano, Chipre, membro da União Europeia (UE), explicou que a ajuda seria recolhida e depois armazenada na ilha, e ali inspecionada por um comité misto, que incluiria representantes israelitas antes de ser transportada por navio.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que causou cerca de 1.200 mortos, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada nos últimos dados oficiais israelitas.
Como represália, Israel prometeu destruir o Hamas, bombardeou a Faixa de Gaza e lançou uma ofensiva terrestre a 27 de outubro.
Desde o início das operações militares israelitas, foram mortas em Gaza 21.320 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
A situação humanitária em Gaza é desastrosa, frisa a AFP.
Cerca de 1,9 milhões de pessoas, ou seja, 85% da população, foram expulsas das suas casas, segundo a ONU. Os bens de primeira necessidade são extremamente escassos no território, que se encontra sob cerco total de Israel desde 09 de outubro.
Até à data, muito pouca ajuda humanitária foi entregue por terra através da passagem de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egito.
JSD // PDF
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram