Jüra edita hoje álbum de estreia “Sortaminha”

A cantora Jüra canta a sorte de fazer música, e de fazê-la com amigos que são família, no álbum de estreia “Sortaminha”, feito de música pop “meio disruptiva” e que é hoje editado.

Jüra edita hoje álbum de estreia

Se tivesse de explicar a alguém o tipo de música que faz e interpreta, Jüra (Joana Silva) diria tratar-se de “pop meio disruptivo”. “E que em termos de mensagem o que mais me distingue é a forma como uso as palavras, e sinto as palavras e as transformo em canções. Acho que é o mais interessante na música que faço”, disse, em entrevista à Lusa.

Jüra, de 25 anos, nasceu em Coimbra e cresceu em Alcobaça. Aos 16 anos, mudou-se para Lisboa, para estudar Circo no Chapitô.

Antes do Circo, dedicava-se à Dança. “São áreas que têm música, por isso o meu contacto com a música esteve sempre lá. No ensino articulado de Dança também estudamos música e aprendemos algumas coisas”, referiu.

Além disso, desde pequena sempre gostou de “cantarolar”, recorrendo à melodia para se expressar. “Inventava canções, mas viver da música nunca foi um desejo”, partilhou.

Foi já em Lisboa, que começou a ver a música como um lugar onde poderia expressar-se livremente. “Aos 16, 17 anos comecei a escrever, a fazer coisas em ‘beats’, a improvisar”, contou.

Enquanto ouvinte, gosta de música “de todos os estilos”.

“Acho que todos os estilos têm um lugar na nossa vida. Gosto de me nutrir com muitos estilos e conhecer, ouvir muita coisa”, referiu, apontando a norte-americana Erykah Badu como a sua maior referência artística.

“De resto, tudo o que ouço inspira-me e transforma-me de alguma maneira”, disse.

Em estúdio, Jüra gosta de “trabalhar tudo ao mesmo tempo”.

“Não levo um texto que escrevi ou uma ideia de melodia. Gosto de ver nascer a canção em conjunto. E estamos todos [eu, músicos e produtores] dentro do processo de criação e produção do tema”, disse.

As letras são todas da sua autoria. “Escrever é muito importante que seja sempre eu, porque vejo na música o lugar onde me posso expressar e tirar o peso das coisas que vivo. Deixo-o na música. E só eu posso tirar o meu próprio peso”, partilhou.

Mas esse peso nem sempre é negativo. Com o título — “Sortaminha” — indica, o primeiro longa duração de Jüra “é um álbum feliz”.

“A felicidade também tem algum peso. Às vezes é tanta que é preciso dividir. Até aqui eu tinha sempre esta ligação entre o amor e a dor do amor, e achava que o amor tinha sempre alguma mágoa agregada e que ia ser sempre assim. Mas não é verdade, de repente a vida muda, nós aprendemos, crescemos. Estou a viver uma relação muito saudável que faz com que eu consiga fazer canções felizes”, confidenciou.

O título do álbum é uma referência direta à sorte que Jüra sente que tem de “poder estar a fazer música”, ter as pessoas que tem ao seu lado, “amigos que são família”, e de “estar a viver um momento bom”.

Embora se apresente a solo, Jüra salienta que não pode fazer nada sem outras pessoas. “É sempre mais bonito dividir. Acrescentam sempre muito ao projeto, ainda mais quando são pessoas que valorizam muito o que eu faço, ouvem muito o que eu digo e querem muito ajudar-me a representar-me da melhor maneira”, afirmou.

Uma dessas pessoas é o ‘rapper’ L-Ali, com quem tem “uma relação super saudável e bonita”, que é “a musa” e um dos quatro produtores do álbum e também um dos convidados.

O outro convidado de “Sortaminha” é Real GUNS, um ‘rapper’ de quem Jüra é fã e que leva o rap de rua para o projeto.

DØR, MIGUELE e NED FLANGER são os outros três produtores de “Sortaminha”.

Jüra e os quatro produtores reuniram-se cinco dias numa casa, na Lagoa de Albufeira, em Sesimbra, “e foi lá que nasceu a maior parte dos 15 temas do álbum”.

“Saímos de lá com dez demos. Muitas das vozes foram gravadas na sala da casa, e mantêm-se no álbum. Foi quase tudo dessa semana maravilhosa, semana mágica. Quero fazer mais coisas dessas. Vem tudo de um lugar de querer estar e de querer colaborar”, contou.

Jura considera que o álbum acabou por “tornar-se tão especial por ter sido criado nesse ambiente”. E “por ter sido feito em família torna-se uma coisa ainda mais bonita”.

A data de edição do álbum, que foi apresentado ao vivo na quinta-feira ao final do dia na estação do Cais do Sodré, em Lisboa, não foi previamente anunciada, porque Jüra gosta de surpresas e quis dar uma aos fãs.

*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

*** Joana Ramos Simões (texto) e Carlos M. Almeida (fotos), da agência Lusa ***

JRS // MAG

By Impala News / Lusa

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