Maçonaria europeia discute em Lisboa assuntos internos e questões da UE

A Aliança Maçónica Europeia (AME) vai estar reunida no domingo em Lisboa para discutir assuntos internos e questões do âmbito da União Europeia (UE), como a crise dos refugiados e o ambiente.

Maçonaria europeia discute em Lisboa assuntos internos e questões da UE

O encontro das principais obediências maçónicas europeias da maçonaria liberal é organizado pelo Grande Oriente Lusitano, pela Grande Loja Simbólica de Portugal e pela Grande Loja Simbólica da Lusitânia — Maçonaria Mista Portuguesa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da AME, Henry Charpentier, explicou que a reunião servirá para ter “uma discussão sobre os próximos anos da associação” na UE.

“É a segunda vez que nos encontramos em Lisboa. Tentamos encontrar-nos em cidades como Roma, Viena ou Paris. A primeira vez que decorreu em Lisboa foi em 2019”, indicou.

O antigo Grão-Mestre do Grande Oriente da Bélgica adiantou que a organização, que representa cerca de 200 mil maçons em toda a UE, não vem a Portugal com o objetivo de atrair novos membros.

“O objetivo é discutir o número de ações e alternativas para a AME”, salientou, acrescentando que “o importante é ter uma visão para o futuro” e que, globalmente, “a comunidade maçónica encontra-se estável”.

A AME é considerada a maior organização da maçonaria liberal e adogmática na Europa, estando sediada em Bruxelas e possuindo relações institucionais com a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu.

Pedro Rangel, membro da direção da AME, disse à Lusa que o organismo se preocupa muito com as questões de âmbito social e humano.

“A Associação Maçónica Europeia tem uma preocupação em termos das questões sociais, em termos macro da União Europeia, nomeadamente sobre os refugiados. Temos uma grande preocupação nas áreas do ambiente, informática — inteligência artificial — e cultura”, realçou.

O antigo Grão-Mestre da Grande Loja Simbólica de Portugal reforçou que a AME contribui de forma ativa “junto das instituições europeias para defender os valores do humanismo na Europa”, ressalvando que há cada vez mais pessoas a querem aderir às obediências maçónicas.

“As pessoas cada vez mais procuram a maçonaria para o seu próprio desenvolvimento cultural, intelectual e espiritual. […] Procuram caminhos abertos, adogmáticos, que só são possíveis nos fóruns maçónicos”, afirmou.

Falando sobre a comunidade maçónica em Portugal, Pedro Rangel disse à Lusa que não é muito grande, alertando que os novos membros apenas são aceites por convite e se tiverem um “comportamento exemplar na sociedade”.

“Se formos cerca de 7.000 maçons já é muito. Sete mil maçons ativos, porque há muita gente que entra e que depois sai. Existem cerca de 7.000 maçons ativos em Portugal”, frisou.

Pedro Rangel alertou ainda que é preciso ter cuidado com as organizações que se dizem maçónicas nas redes sociais e que não são.

“Toda a comunicação nas redes sociais é institucional. […] Aceitamos pessoas que nos procuram através das redes sociais, mas chamamos a atenção que há muitas organizações que não são reconhecidas pela maçonaria. Tem havido casos de pessoas que entram em outro tipo de organizações que não maçónicas”, observou.

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