Doenças respiratórias matam mais na Madeira do que no continente

A Região Autónoma da Madeira tem quase o dobro da taxa de mortalidade por doenças respiratórias do continente português, afirmou hoje o diretor da Unidade de Rastreio e Tuberculose do Serviço Regional de Saúde.

Doenças respiratórias matam mais na Madeira do que no continente

A Região Autónoma da Madeira tem quase o dobro da taxa de mortalidade por doenças respiratórias do continente português, afirmou hoje o diretor da Unidade de Rastreio e Tuberculose do Serviço Regional de Saúde. “As doenças do aparelho respiratório são uma das principais causas de morte em Portugal, representando 12,2% da mortalidade de Portugal [continental] e 20,3% na região Autónoma da Madeira”, disse, durante a apresentação da Estratégia Regional para as Doenças Respiratórias Crónicas, no Funchal.

Estes números, aliados aos cerca de 10 mil casos conhecidos na região de afetados pela doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), levaram à criação da estratégia de combate hoje relevada.

“Nós temos conhecimento de que existem aproximadamente 10 mil utentes na região com esta patologia e que consomem muitas idas às urgências e terapêuticas cada vez mais onerosas”, afirmou o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos.

Dados do Inquérito Nacional de Saúde mostram que em 2014, em Portugal, cerca de 1,8 milhões de pessoas com 15 ou mais anos fumavam (20%) e 1,5 milhões faziam-no diariamente (16,8%).

No arquipélago, este número ascendia aos 35.143, representando 16% desta população.

Assim, um dos pilares da estratégia passa pelo aumento das consultas de cessação tabágica que, atualmente, estão “disseminadas pela região” e que totalizam nove locais, além de ter sido criada uma rede que permite detetar precocemente a doença.

Em causa está “a criação de uma rede de espirometrias (exame ao pulmão) para identificação da doença pulmonar crónica”, já que, segundo o responsável, estes casos estão subdiagnosticados, suspeitando-se de que são mais do que os registados.

Estas duas medidas irão permitir o tratamento precoce da doença, ao mesmo tempo que são acompanhados os doentes, “evitando as idas às urgências”, o que possibilita desonerar o serviço de saúde.

Pedro Ramos explicou que esta estratégia foi pensada desde 2017 com a “criação de um grupo de trabalho para discutir aquilo que seria importante e necessário” para introduzir na região. A principal meta da estratégia é “diminuir o consumo de tabaco na região”, que atualmente, e de acordo com os dados oficiais, continua a ser uma prática de 16% da população do arquipélago da Madeira.

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