Mãe que “usou” filha como cartaz em manifestação do Chega está arrependida
“Posso perder a minha filha. É que estamos a legalizar a adoção cá, estamos nesse processo.”, diz.
A manifestação do Chega que decorreu este domingo, dia 2, acabaria por ter repercussões para a família de Clara.
A mulher vestiu a filha adotiva como um cartaz e tem sido duramente criticada nas redes sociais desde que a foto foi tornada pública.
A foto criança negra de cartaz amarelo com a mensagem “sou adotada, angolana, meus pais são Chega” e uma bandeira do partido na mão para uma manifestação do partido Chega tem revoltado meio país e a mãe da criança já se veio mostrar arrependida.
O objetivo do cartaz seria mostrar às pessoas que não são racistas, diz a mãe que adotou a menina há dois anos em Angola.
“Tenho uma filha de cor e quis mostrar às pessoas que não somos racistas”
“Fiz o maior disparate da minha vida, foi um ato irrefletido. Estou a ser acusada no Facebook de ser má mãe, mas fiz isto para mostrar que podemos amar-nos uns aos outros. Ela não é o meu troféu, é o amor da minha vida. Tenho uma filha de cor e quis mostrar às pessoas que não somos racistas”, afirma Clara, de 44 anos, mãe da menina.
“O erro foi ter dito que era adotada e de Angola — devia ter escrito ‘o amor não tem cor’. Foi tudo mau”, refere a mulher de 44 anos apoiante do Chega, acrescentando que hoje tem consciência de que o não devia ter feito. “Algumas pessoas que me conhecem estão incrédulas com o que fiz”, diz.
” Se possível, pedia às pessoas para apagarem a foto. Já pedi a várias, mas são tantas”, diz ao DN. “Posso perder a minha filha. É que estamos a legalizar a adoção cá, estamos nesse processo.”, diz.
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