Mãe de Rui Pedro vai fazer com que «filho nunca seja esquecido»
A mãe de Rui Pedro, que desapareceu há 19 anos, não deixou passar em branco data especial
Filomena Teixeira não consegue esquecer o fatídico 4 de março de 1998, dia em que o filho Rui Pedro, com 11 anos, desapareceu de Lousada.
O seu paradeiro continua desconhecido, não há corpo e Filomena Teixeira nunca conseguiu fazer o luto, mantendo viva a esperança de, um dia, voltar a tê-lo nos braços. A 25 de maio celebra-se o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas e Filomena Teixeira todos os anos cumpre um ritual:
«Nesse dia, vou pôr uma vela a arder pelo Rui Pedro e rezo uma oração pelos outros meninos desaparecidos». E adianta à Nova Gente: «Este ano, tenho projetos, que ainda não posso revelar, para que o meu filho nunca seja esquecido».
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Mãe de Rui Pedro assinala aniversário do filho com mensagem comovente
Rui Pedro, desaparecido há mais de 19 anos, teria celebrado, no dia 28 de janeiro, 32 anos. Filomena Teixeira, a mãe do jovem, quis prestar homenagem e escreveu uma crónica no Jornal TVS – Terras do Vale do Sousa, na qual recorda o filho com ternura.
Durante a emotiva mensagem deixada a Rui Pedro, Filomena fala de memórias antes do desaparecimento e confessa que ainda espera o regresso do filho:
«Filho, recordo-te num misto de emoções: alegria e tristeza. Alegria, porque te tive e fazes parte de mim. Tristeza, porque te levaram e não tive a oportunidade de te ver crescer a partir dos 11 anos. Neste dia, espero que te lembres ainda do quanto me fizeste feliz;
Alegre, n.º 1 em tudo, foi com muita alegria que te vi crescer e aprender a andar, a andar de triciclo, bicicleta, skate, a ser um faz-tudo em casa, perito em eletricidade, eras tu que comandavas todos os aparelhos elétricos. Também adoravas os animais e quase que tivemos um “zoológico” em casa. Tu e a tua irmã adoravam-nos e tenho histórias engraçadas que recordo; Como daquela vez que compraste um esquilo e lhe fizeste uma casa na árvore (cá fora, claro). Ao outro dia, já ele tinha fugido, para tua tristeza. Ou dos contratos que fazias com o avô Afonso ou com o avô Zeca para ficar com alguns canários, quando eu te dizia que não admitia mais em casa, e também com a tia Mena.
Depois, uns davam asilo aos canários, outros a ração. A tua imaginação fértil e o teu riso contagiavam, assim como os teus olhos e pestanas fora do comum. O que tu rias com as boas anedotas do sr. Cesário, e com as “coças” de almofada ao avô Zeca. Tanto amor, tanto carinho! Todos na família têm histórias sobre ti. A gravidez da Anabela (de risco) e o que tu fazias por ela. O amor do padrinho que idolatravas. As piadas “isto é que é futebol” que só trocavas com o pai. E as tuas inseguranças, e saber fazer-me tão feliz, como daquela vez que te vi na banheira a tomar um banho de espuma, e a ver televisão com um garfo a servir de antena.
– Mãe, o pai diz que tomar banho de espuma, não é para meninos, mas para meninas!
– Diz ao pai que está errado (beijos).
Outra situação:
– Mãe, estás triste?
– Não, filho, cansada!
– O que tu precisas é disto… (Subitamente vai à dispensa e sai com uma máscara horrível de Carnaval e começa a cantar: “eu sou aquele que tu queres e mais ninguém, amor é só querer e eu só quero bem”). (Beijinhos)
– E agora o que queres? – Leite (respondeu-me).
– Logo vi (beijos).
Tantas memórias que nunca se perderam no tempo! Apenas, agravam a distância até hoje aos 32 anos. Não te vi crescer, roubaram-me essa oportunidade, enlouqueci tantas vezes, nunca mais fui a mesma…
Agora, restam-se os dias, as alegrias da família e amigos que vão atenuando a dor maior, “nunca mais te ver”. Nem quero pensar… Hoje é o teu dia, 28 de janeiro de 2019″, escreveu a mãe de Rui Pedro. ‘Aguardo tua chegada em sinal aberto e que juntos possamos ver tudo sem interferências.’ – Alice Vieira. Beijo e aquele abraço, Mãe».
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