Quatro anos e meio depois da primeira tentativa de Donald Trump de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), desfeita pelo sucessor, Joe Biden, antes de entrar em vigor, o presidente recém-empossado não perdeu tempo para reatar assuntos inacabados. Entre uma das muitas ações do primeiro dia, Donald Trump assinou uma ordem executiva na segunda-feira, a anunciar a retirada dos EUA da OMS devido à suposta má gestão da pandemia de covid-19 pela organização.

“Falha em adotar reformas urgentemente necessárias” é uma das razões apontadas por Trump, que acusa ainda a organização de “incapacidade em demonstrar independência da influência política inapropriada dos estados-membros”. Trump criticou também a OMS por exigir “pagamentos injustamente onerosos” dos EUA em comparação a outros estados-membros, e da China em particular. “A OMS defraudou-nos”, acusa. Além dos Estados Unidos da América, quem são, afinal, os maiores contribuintes para a Organização Mundial de Saúde?

Os Estados Unidos são, de facto, o maior contribuinte para a OMS. De acordo com os últimos números publicados pela organização, os EUA doaram 1,28 mil milhões de dólares (1,22 mil milhões de euros) para o orçamento da OMS para o biénio 2022-2023. A China, em comparação, contribuiu com um total de 157 milhões de dólares (150 milhões de euros) durante o mesmo período. Para o período referido, o orçamento total aprovado pela OMS foi de 10,4 mil milhões de dólares (9,95 mil milhões de euros), o que significa que os EUA contribuíram com 12% para o orçamento. Mas como o orçamento inclui um deficit de 2 mil milhões de dólares em fundos (1,91 mil milhões de euros), a parcela real dos EUA no financiamento total da OMS foi maior, cerca de 15%.

Numa declaração oficial, a OMS expressou pesar sobre o anúncio dos EUA de se retirarem, destacando o papel crucial da organização na proteção da saúde das pessoas do mundo e o papel especial dos Estados Unidos como membro fundador e parceiro de uma década. “Esperamos que os Estados Unidos reconsiderem e estamos ansiosos para nos envolvermos num diálogo construtivo para manter a parceria entre os EUA e a OMS, para o benefício da saúde e bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo”, disse Farhan Haq, um dos porta-vozes de António Guterres. Portugal contribuiu no mesmo tempo pouco menos do que 4 milhões de euros, exatamente 3,92 milhões.

Statista

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