Mais de uma centena de técnicos de diagnóstico e terapêutica exigem “justiça e equidade”
Mais de uma centena de técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT), manifestam-se hoje junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa, contra a discriminação e por uma carreira justa.
“TSDT os filhos bastardos do SNS” ou “TSDT carreiras, sim, discriminação, não” e “Justiça e Equidade” são algumas das palavras de ordem proferidas pelos manifestantes.
A secretária-geral do sindicato dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (SINDITE), Dina Carvalho, disse à agência Lusa que se trata de uma “teimosia” do Governo, que os TSDT “não conseguem entender”.
“Nós achamos que o Governo tem todas as condições para resolver este problema que já se arrasta há bastante tempo”, salientou.
De acordo com Dina Carvalho, tem havido “falta de vontade” para solucionar o problema e os prejudicados são os utentes e os trabalhadores que têm “falta de motivação para o seu desempenho”.
Na concentração de dirigentes e delegados sindicais, a responsável alertou que há falhas na comunicação e que a tutela e os políticos “se esquecem que existem outros profissionais de saúde, além de médicos e enfermeiros”.
“Existem, entre outros, os TSDT que são hoje em dia o suporte para toda a saúde e que são profissionais altamente qualificados, diferenciados e que gostariam de ser reconhecidos, mas o que falta é a informação sobre quem somos e o que fazemos”, lamentou.
Dina Carvalho disse ainda que o Governo poderia ter ido “muito mais longe” e “evitado todo este transtorno”.
Também à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, afirmou que os trabalhadores não percebem o porquê de o Governo adiar uma orientação sobre a aplicação da lei do sistema de avaliação e desempenho e a aplicação de 1,5 pontos por ano.
“Nós temos uma diferença entre as diversas instituições do SNS [Serviço Nacional de Saúde]. Umas estão a aplicar corretamente a lei, estão a atribuir 1,5 pontos aos trabalhadores por ano e há outras que se refugiam, dizendo que não tem uma orientação da tutela nesse sentido e, portanto, essa orientação tem de ser dada por este Governo e Ministério da saúde”, explicou.
Luís Dupont lembrou que há processos em tribunal.
“Os tribunais estão a decidir nesse sentido. [O Governo] poderia perfeitamente dar esta orientação e está a falhar nesse aspeto. O que nós não compreendemos é porque é que essa orientação não é dada. (…) Não percebemos o adiar desta tomada de decisão”, precisou.
Este é o segundo e último dia de greve, que arrancou no Norte e Centro, na quarta-feira.
Para o dia de hoje estão programadas iniciativas em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Os TSDT protestam contra a incorreta aplicação da lei que introduziu alterações às regras de transição e reposicionamento remuneratório da carreira, a incorreta aplicação, até à presente data, da circular conjunta Administração Central do Sistema de saúde (ACSS) e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) aos técnicos em regime de Contrato Individual de Trabalho e a incorreta atribuição de pontos, no valor de 1,5 pontos/ano, que resulta da avaliação de desempenho dos TSDT.
Esta greve surge depois de, em maio de 2023, o STSS ter cancelado uma paralisação por reconhecer que o Ministério da Saúde tinha apresentado “propostas concretas” e assumido compromissos no sentido de valorizar os salários e as carreiras.
JML (PTF/SO) // JMR
By Impala News / Lusa
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