Manifestação de famílias no Porto a reclamar mais espaço público proibida pela PSP

Uma manifestação agendada para hoje no Porto para reclamar o direito ao espaço público, em que compareceram cerca de 50 crianças, jovens e adultos, foi proibida porque a PSP alegou “conflitos com “liberdade de circulação com demais cidadãos”.

Manifestação de famílias no Porto a reclamar mais espaço público proibida pela PSP

Várias dezenas de famílias equipadas com capacetes e com bicicletas concentraram-se hoje, pelas 15:00, no jardim da Praça da República, no Porto, para reclamar o direito ao espaço público, uma ação que surge no âmbito de movimento internacional Kidical Mass, mas por causa de um parecer negativo da Polícia de Segurança Pública (PSP), a manifestação não se pôde realizar.

“O promotor manifestou a intenção de realizar o desfile, com diversas bicicletas, facto que conflitua com a liberdade de circulação dos demais cidadãos, poderá originar constrangimentos à circulação na zona envolvente e no acesso às unidades hospitalares próximas ao trajeto do desfile, bem como colocar em perigo a segurança dos participantes e demais utilizadores da via pública. Por esses factos, cumpre a este Comando emitir parecer negativo quanto à realização do evento nas condições comunicadas”, lê-se no comunicado da Polícia Municipal do Porto, ao qual a Lusa teve hoje acesso, e que cita o parecer negativo.

A PSP refere ainda que “em alternativa” os promotores podem optar pela concentração, sem desfile”, acrescenta-se no comunicado.

Em declarações à Lusa, Duarte Brandão, coordenador da secção local da Mobi — Mobilidade Elétrica -, explicou que a manifestação recebeu um parecer negativo devido às questões de segurança”, que poderia “causar constrangimentos à zona envolvente” e colocar “em perigo a segurança dos manifestantes”.

“Obrigado a todos por terem vindo, mas a manifestação não se vai realizar, peço desculpa, a Polícia deu parecer desfavorável à nossa manifestação. Vamos desconvocar a manifestação”, declarou Duarte Brandão, na Praça da República, local escolhido para iniciar a manifestação.

As bandeiras colocadas atrás dos bancos das bicicletas e onde se podia ler “A Rua também é nossa. Criar espaço para a próxima geração”, foram arrecadadas e a manifestação foi cancelada, para as famílias não incorrerem no crime de desobediência, explicou Duarte Brandão.

O coordenador da secção local da Mobi — Mobilidade Elétrica defende que este parecer da polícia “apenas reforça o motivo por que esta manifestação deve ser realizada” e porque é que o que se pede para a cidade seja mudada.

Segundo Duarte Brandão, o percurso escolhido foi pensado em minimizar no trânsito.

“Quase todas as ruas onde vamos circular têm duas vias, também íamos circular num grupo compacto e como a polícia não nos vai permitir manifestar, nós vamos desconvocar a manifestação, embora algumas pessoas queiram ir para o Parque da Cidade por sua livre vontade”.

Alguns dos participantes na manifestação optaram por fazer um passeio de família em bicicleta pela cidade do Porto, até ao Parque da Cidade, mas sem a segurança da Polícia Municipal.

As cidades do Porto e Matosinhos associaram-se hoje ao movimento Kidical Mass e estavam organizados dois grupos de crianças, jovens e adultos, para partir da Praça da República (Porto) e da Escola Básica Eng. Fernando Pinto de Oliveira (Matosinhos), para reivindicar cidades mais seguras. No final, os participantes iam conviver no Parque da Cidade.

Fonte da PSP recordou que hoje no Porto estão deslocados recursos humanos para a Queima das Fitas do Porto, Palácio de Cristal, onde acontece a Final Four da Champions de Hóquei em Patins, e Rali de Portugal.

CCM // VM

By Impala News / Lusa

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