No próximo ano letivo, dez escolas do País vão funcionar com manuais escolares digitais. A pretensão do Ministério da Educação, avançou ontem o secretário de Estado Adjunto da Educação à Renascença, é a medida ser progressivamente generalizada. O projeto tem aceitação de diretores e do presidente da Confederação de Pais (Confap), mas desde que não anule a opção do recurso ao papel. A lista das dez escolas não está fechada, mas João Costa garantiu àquela rádio que os estabelecimentos escolares que vão integrar o projeto-piloto serão de «contextos geográficos e cenários socioeconómicos» distintos.

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Manuais escolares digitais são «boa medida», mas famílias devem ter «liberdade de opção»

Jorge Manuel Ascenção, presidente da Confap, adianta ao JN esta terça-feira, 21 julho, que a medida «tem imensas vantagens, mas não deve ser limitativa ou imposta». E defende também que as famílias devem ter «liberdade de opção» sobre se preferem manuais escolares digitais ou em papel. Alerta igualmente para que o projeto seja acompanhado de mudanças, como a aquisição de equipamentos e de licenças digitais passarem a ser dedutíveis no IRS.

Construir a casa pelo telhado

Para Manuel Pereira, presidente da associação de dirigentes escolares, haver manuais digitais é «uma boa medida» que, todavia, acrescenta, «não pode excluir a opção em papel». «Nada substitui a presença física dos manuais, tal como nada substitui a presença dos professores na sala de aula». O presidente da associação de diretores (ANDAEP), Filinto Lima, teme, entretanto, que porque «não se deve construir a casa a partir do telhado», seria necessário «não esquecer a renovação do material informático» e «reforçar a rede wi-fi das escolas».

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