Marcelo Rebelo de Sousa inaugura hoje no Porto o Mercado Temporário do Bolhão

O Mercado Temporário do Bolhão vai acolher 82 dos comerciantes do centenário espaço comercial durante os dois anos de encerramento para requalificação.

Marcelo Rebelo de Sousa inaugura hoje no Porto o Mercado Temporário do Bolhão

– O Presidente da República (PR) assinala hoje no Porto o primeiro dia de funcionamento do Mercado Temporário do Bolhão (MTB), que vai acolher 82 dos comerciantes do centenário espaço comercial durante os dois anos de encerramento para requalificação.

Segundo informações da Câmara do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se às 11:00 com o presidente da autarquia, Rui Moreira, na rua Fernandes Tomás, em frente ao Mercado do Bolhão “original”, que encerrou no sábado e que o Governo classificou como Monumento de Interesse Público em 2013.

O PR e o autarca percorrem depois a pé os “cerca de 200 passos” que separam o Bolhão do seu Mercado Temporário, instalado em 5.600 metros quadrados do piso -1 do Centro Comercial La Vie, situado na mesma rua do centro do Porto e aberto hoje ao público com 82 lojistas, segundo a autarquia.

Concluído desde setembro, o MTB recebeu um investimento de 850 mil euros por parte da autarquia e inclui, entre outros espaços, 61 bancas de talho, fruta, legumes ou peixaria e quatro restaurantes, divulgou o município.

De acordo com informações divulgadas pela câmara em dezembro, dos 140 comerciantes do Bolhão, 100 manifestaram vontade de regressar ao edifício original após a recuperação — destes, 84 ficam no MTB (o portal de notícias da autarquia referia serem 82, na segunda-feira), ao passo que seis continuam a atividade noutros locais.

Quarenta lojistas optaram por cessar a atividade com o encerramento do Bolhão.

Depois de várias ameaças de encerramento e projetos de recuperação que não saíram do papel durante décadas, o Bolhão, onde se estima que já tenham trabalhado mais de 400 lojistas, é uma das bandeiras da atual Câmara do Porto.

Moreira conta, por isso, com a notoriedade de Marcelo para ajudar a garantir que ninguém se esquece que o espírito do Bolhão prossegue no MTB e que os 24 meses de obras no imóvel são para o devolver à cidade como “mercado de frescos”.

“A visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao MTB é também um sinal de que todo o país está com o Porto todo neste importante momento para a história da cidade. Há cerca de 40 anos que os portuenses pediam obras no mercado que foi conhecendo diversos projetos de intervenção, nem sempre bem aceites por comerciantes e pela opinião pública”, descreve a autarquia na Internet.

Os comerciantes começaram por reprovar a transferência para o La Vie, mas a câmara pacificou os ânimos, assegurando aos comerciantes os “direitos históricos” e destinando cerca de 5,6 milhões de euros para os lojistas suportarem despesas de “deslocações”, “suspensão ou cessação de atividade” ou eventuais “perdas de faturação”

De acordo com a autarquia, o processo negocial com os comerciantes envolveu, “desde setembro de 2014, a realização de mais de 740 reuniões individuais, conduzidas pelo Gabinete do Mercado do Bolhão, sem contabilizar as reuniões organizadas em grupo”.

No MTB, os comerciantes podem funcionar com um horário alargado: durante a semana, o novo espaço está aberto até às 20:00 (antes encerrava às 17:00) e, aos sábados, prolonga a abertura até às 18:00 (fechava às 13:00).

“A taxa de adesão dos comerciantes do interior do Bolhão à transferência para o MTB foi de 82%, o correspondente a 74 comerciantes”, descreve o portal de notícias da autarquia, numa nota de dezembro.

Quanto aos inquilinos do exterior, 26 optaram por continuar a atividade (65%), mas deste grupo apenas dez se transferem para o MTB.

Os restantes 16 lojistas do exterior do mercado “optaram por alugar um estabelecimento próximo ou suspendem a atividade durante a obra”, acrescentou.

Quanto ao Bolhão “original”, querem regressar 84% dos comerciantes (100 dos atuais 140), disse numa reunião camarária de dezembro a administradora da empresa municipal Go Porto, Cátia Meirinhos.

Cátia Meirinhos destacou existirem naquela ocasião “185 pedidos para futuras lojas de rua do Bolhão, para as quais terá de ser aberto um concurso”.

 

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