Médico do bebé sem rosto condenado a 5 anos de suspensão
A Ordem dos Médicos decidirá ainda nos próximos dias as sanções a aplicar num outro processo.
A ordem dos médicos aplicou a Artur Carvalho uma suspensão de atividade por cinco anos, avança a RTP. cruzando esta sanção com a idade do médico e com o acumular de decisões relativas a outros processos, é possível que o polémico obstetra não volte a exercer.
Artur Carvalho já terá conhecimento desta decisão. O homem tornou-se conhecido após os nascimento de Rodrigo, que veio ao mundo com inúmeros problemas, sem olhos, sem nariz e parte do rosto. O obstetra não terá detetado as malformações no menino que ficou conhecido como o bebé sem rosto.
A Ordem dos Médicos decidirá ainda nos próximos dias as sanções a aplicar num outro processo.
Rodrigo contrariou todas as previsões dos médicos, que lhe deram apenas horas de vida, e continua a lutar, apesar das mal-formações de que sofre e que não foram detetadas pelo médico que acompanhou a gravidez.
Segundo a mãe o menino já come papas e sorri para os pais, reconhecendo-os. Normalmente, as papas são introduzidas mais tarde na alimentação dos bebés, mas uma vez que um dos medicamentos que o menino toma é um diurético, os pais, Marlene e David, foram aconselhados a começar as papas aos quatro meses para que o bebé engorde.
Rodrigo nasceu a 7 de outubro, sem nariz, olhos e parte do crânio. Os pais, Marlene e David, apresentaram queixa contra o médico Artur Carvalho que acompanhou a gestação e realizou as ecografias. A madrinha do menino, Tânia, contou que o dia do parto foi «um misto de emoções» para a família e que o pai do menino estava em choque.
«Sei que quando a porta do bloco de partos se abriu, pela primeira vez, vi uma equipa médica gigante, ao fundo do corredor, completamente paralisada, eles não tinham reação, o bloco de partos parou», conta.
«Fomos levar as crianças a casa e quando voltámos ao hospital o David [pai do bebé] já se tinha acalmado mais um pouco e conseguimos perceber que ele não tinha nariz, não tinha olhos e que não ia sobreviver. Já o tinham levado para estudo, e que não passava provavelmente daquela noite. Foi o prognóstico que nos foi dado naquele momento».
Pais vivem para o filho
Rodrigo sobreviveu e contrariou as expetativas.
«Um dos cuidados principais com o Rodrigo é nada tocar na cabeça dele. Para além das más formações físicas e cerebrais, não nos podemos esquecer que ele tem parte do crânio sem osso, uma bolsa de líquido na cabeça, e, ao ter hidrocefalia, essa bolsa tem um risco de romper. Qualquer pano, qualquer ligadura, qualquer gorro poderia ficar preso, criar alguma fricção e rebentar essa tal bolha que é coberta por uma camada muito fina de pele. Ao rebentar, há o risco de uma meningite ou outra coisa qualquer que pode levar à morte imediata. A Marlene e o David vivem para o filho 24 horas por dia, organizam a vida deles a pensar primeiro os cuidados do Rodrigo e eles estão sem segundo plano», conta.
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Texto: Marta Amorim e Ricardina Batista; Fotos: D.R.
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