Médicos denunciam insuficiências no Hospital de Castelo Branco
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou hoje a falta de clínicos no Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco, mas a diretora clínica assegurou que todos os serviços estão a funcionar em pleno, apesar das dificuldades.
Em comunicado, o secretariado regional do SIM/Centro realçou que as carências encontradas no hospital de Castelo Branco “são graves e lesivas do interesse da população servida pela Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco, com riscos inaceitáveis decorrentes da falta grande de médicos”. Esta reação surgiu após uma recente visita que aquela estrutura sindical fez ao HAL, onde deixou também “uma palavra de apreço e apoio aos médicos”, “por continuarem a manter viva” aquela instituição fundamental à vida dos concidadãos.
Segundo o SIM/Centro, “a grande, enorme carência do hospital, prende-se com a falta grave de pessoal médico”. A título de exemplo, avançaram com diversos serviços nos quais se verifica a carência de clínicos, como na Obstetrícia, Cardiologia, Urologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia, Ortopedia, Anestesia ou Pediatria. No caso da Imuno-hemoterapia, realçaram que está sem médico ao arrepio do disposto no DL 185/2015, funcionando, portanto, de “forma ilegal e não assegurando os critérios mínimos para qualquer atividade transfusional”.
Já sobre o Serviço Urgência, afirmaram que há um “recurso extremo a prestadores externos, sendo que, com frequência, as escalas são compostas quase em exclusivo por prestadores externos em regime de trabalho não subordinado a tarefa”. À agência Lusa, a diretora clínica do HAL garantiu que todos os serviços da unidade de saúde de Castelo Branco estão a funcionar, independentemente de ser com prestadores de serviço ou não.
“Não tenho nenhum serviço que não esteja a trabalhar. Inclusivamente, a Maternidade nunca esteve parada e até recebi grávidas de outros locais. De facto, através do envelhecimento do quadro de pessoal, tenho várias pessoas contratadas como prestadores de serviço, assíduos e num contrato global com o HAL que asseguram totalmente o serviço”, sustentou Eugénia André.
Sobre o serviço de Imuno-hemoterapia, a responsável clínica do hospital salientou que o serviço “está totalmente garantido”. “Inclusivamente já se está a encetar contactos para ter um médico novamente nesta área”, frisou. A clínica esclareceu ainda que o médico que estava a assegurar este serviço saiu há cerca de um mês. “Das cerca de 32 valências de prestação ao serviço que o HAL assegura, todas estão a funcionar, assumindo que há dificuldades e que muitas têm prestadores de serviço”, concluiu.
Para o sindicato, no que respeita às instalações hospitalares, pese embora o facto de serem necessárias obras de renovação do Bloco Operatório e do Serviço de Urgência, não se registam grandes carências. “O hospital possui inclusive uma unidade de ambulatório completamente nova e com excelentes condições. Nalguns casos estão [os equipamentos] até desaproveitados, como é o caso do equipamento de litotrícia, que também por falta de médicos, não tem melhor e mais frequente uso”.
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