Mensagens políticas fazem aparição na cerimónia dos prémios de televisão Emmy

A atriz Candice Bergen, o ator John Leguizamo e o elenco da antiga série “Os Homens do Presidente” aproveitaram a 76ª edição dos prémios da Academia de Televisão para deixar mensagens políticas em ano de eleições nos Estados Unidos

Mensagens políticas fazem aparição na cerimónia dos prémios de televisão Emmy

Candice Bergen ficou conhecida por protagonizar a série “Murphy Brown” nos anos 90 e fez uma referência velada ao candidato republicano a vice-presidente JD Vance, que tem criticado mulheres que têm gatos em vez de filhos. O conservador argumentou que quem não tem filhos deveria ter menos direitos políticos. 

“A minha personagem foi atacada pelo vice-presidente Dan Quayle quando Murphy ficou grávida e decidiu criar o bebé como mãe solteira”, lembrou Bergen, agora com 78 anos, sobre a polémica que a série gerou. 

“Como chegámos longe”, continuou. “Hoje, um candidato republicano a vice-presidente nunca atacaria uma mulher por ter filhos. O meu trabalho aqui está feito”, disse, terminando com “miau”. 

A cerimónia também marcou uma reunião do elenco da série “The West Wing” (“Os Homens do Presidente” em Portugal), num cenário que serviu de réplica da Sala Oval. 

A atriz Allison Janney disse que era “difícil de acreditar” que, há 25 anos, o criador Aaron Sorkin teve de usar a imaginação para criar narrativas interessantes para a série. Isso é em oposição ao que acontece hoje, respondeu o ator Richard Schiff, “em que as histórias podem ser tiradas diretamente das notícias, histórias que os argumentistas considerariam difíceis de acreditar ou mesmo ridículas há 25 anos”. 

Janel Moloney concretizou o paralelo entre a série e o que está a acontecer agora na política norte-americana. “O nosso cenário político mudou dramaticamente nos últimos anos”, afirmou a atriz, ressalvando que aquilo que continua a ser essencial é “a importância de toda a gente garantir que está recenseada para votar”. 

Durante a cerimónia de entrega dos prémios da Academia de Televisão, também o ator colombiano John Leguizamo fez um discurso politizado, no qual chamou a indústria e os estúdios a aumentarem a diversidade em Hollywood. 

Leguizamo fez menção às críticas dos conservadores a iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), brincando que foi uma das “contratações DEI de Hollywood”. 

Embora tenha reconhecido que há progresso a acontecer, Leguizamo notou que “não nos queixarmos não muda as coisas”. 

“Precisamos de mais histórias de grupos excluídos. Negros, asiáticos, judeus, árabes, LGBTQ+ [sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e ‘queer’] e pessoas com deficiência”, urgiu Leguizamo. O ator salientou que a cerimónia desta madrugada tinha o grupo de nomeados mais diversos de sempre. 

A 76ª edição dos Emmy fez mesmo história ao premiar como Melhor Série dramática a produção japonesa “Shogun”, a primeira vez que um trabalho de língua não inglesa venceu a estatueta.

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By Impala News / Lusa

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