Ministro brasileiro diz que pandemia é usada para implantar o comunismo e ataca OMS

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que o novo coronavírus tem sido usado para implantar o comunismo no mundo e também criticou a atuação da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia.

Ministro brasileiro diz que pandemia é usada para implantar o comunismo e ataca OMS

A análise foi publicada na terça-feira à noite num texto chamado “Chegou o ‘comunavírus'”, num blogue pessoal mantido por Araújo, que também usou a sua conta oficial na rede social Twitter para divulgar o conteúdo.

No texto, o chefe da diplomacia brasileira faz uma análise do livro “O Vírus” escrito pelo esloveno Slavoj Zizek para afirmar que o globalismo substituiu o socialismo como estágio preparatório para o comunismo e que a “pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade”.

Araújo afirmou que trechos do livro de Zizek entregam “sem disfarce o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado, escravizar o ser humano e transformá-lo num autómato desprovido de dimensão espiritual”.

O chefe do Itamaraty também questionou a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmando que o trabalho do órgão é usado “neste momento para a causa da desnacionalização, um dos pressupostos do comunismo”.

“Transferir poderes nacionais à OMS, sob o pretexto (jamais comprovado!) de que um organismo internacional centralizado é mais eficiente para lidar com os problemas do que os países agindo individualmente, é apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária”, escreveu Araújo.

O ministro brasileiro usou o termo “comunavírus” para nomear o surgimento de um alegado vírus ideológico que se sobrepõe ao coronavírus e que teria como objetivo “despertar para o pesadelo comunista”.

Comentando as medidas de quarentena decretadas em diversos países, Araújo afirmou que Zizek não se preocupa com o resultado da quarentena para a contenção do coronavírus e defende o isolamento para “favorecer ao máximo o contágio do outro vírus, esse que ele mesmo denomina o vírus ideológico”.

“Diante disso precisamos lutar pela saúde do corpo e pela saúde do espírito humano, contra o Coronavírus mas também contra o Comunavírus, que tenta aproveitar a oportunidade destrutiva aberta pelo primeiro, um parasita do parasita”, concluiu o ministro brasileiro.

Araújo faz parte de um grupo de ministros do Governo brasileiro chamado de núcleo ideológico que é fortemente influenciado por correntes populistas de direita contra a globalização.

O Brasil registou 2.741 mortes e 43.079 casos confirmados do novo vírus até a última terça-feira.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 178.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

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