Montenegro diz que “este Governo não é liberal” e vê no SNS “trave-mestra” do sistema de saúde

O primeiro-ministro assegurou hoje que o atual executivo PSD/CDS-PP “não é um Governo liberal do princípio ao fim”, mas social-democrata e democrata-cristão, e vê no SNS “a trave-mestra” do sistema de saúde.

Montenegro diz que

Luís Montenegro falava no lançamento da obra do novo Hospital de Todos os Santos, na freguesia de Marvila, em Lisboa, e, no final, não respondeu a perguntas da comunicação social sobre as negociações com o PS sobre o Orçamento do Estado para 2024.

“Não há dúvida que talento não vos falta”, disse, em tom bem-humorado, no final de alguns metros a ser questionado pelos jornalistas sobre o tema, e apenas respondendo, de forma breve, mas afirmativa às perguntas se estava bem-disposto ou otimista.

Na sua intervenção na cerimónia, o primeiro-ministro reiterou que este Governo “não tem estigmas” quanto à prestação de cuidado de saúde.

“Lá onde o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tem capacidade de responder melhor, mais depressa, nós vamos à procura dessa resposta no setor privado e no setor social”, disse.

“Mas não se enganem, este não é um Governo liberal do princípio até ao fim, este é um Governo social-democrata e democrata-cristão e é um governo que não tem dúvidas: a estrutura do sistema de saúde é o SNS e está provado que o SNS tem capacidade para ser essa estrutura, esse esteio principal”, disse.

Montenegro quis também responder aos que entendem que os vários acordos de valorização de carreiras que o executivo PSD/CDS-PP assinou nos primeiros seis meses do seu mandato servem apenas para aumentar a paz social.

“Eu sei que pode parecer que fizemos, aparentemente, o mais fácil e que esses entendimentos se circunscreveriam a questões laborais. É um erro pensar-se assim. O facto de nós termos valorizado as carreiras da administração pública (…) é uma decisão estrutural e estratégica”, disse.

O primeiro-ministro defendeu que “sem bons recursos humanos não há boa administração pública” e considerou que estas valorizações visam garantir o cumprimento dos serviços públicos “a médio e longo prazo”.

“Não é a pensar naquilo que acontecerá já no dia de amanhã, se calhar nem é para a vigência deste Governo e dos próximos. (…) Aqueles que possam ver – como vejo muitas vezes aí dito e escrito até na minha área política – apenas o efeito imediato de haver mais paz social, acreditem que as decisões que estamos a tomar e que continuaremos a tomar é no sentido de estratégica e estruturalmente preparar o país para as próximas décadas”, afirmou.

SMA // JPS

By Impala News / Lusa

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