Cinco meses antes, Ana Maria apresentou queixa do homem que a matou a tiro

Ana Maria confessou já ter feito queixa do ex-companheiro às autoridades. O homicida foi detido pela GNR e o caso está a ser agora acompanhado pela Polícia Judiciária.

Mãe de três filhos, Ana Maria Silva, de 53 anos, foi assassinada com dois tiros por um ex companheiro este domingo à noite, dia 17, na Chamusca, junto à Golegã. Ia a sair de uma danceteria quando o homem de 62 anos a baleou mortalmente com uma caçadeira. O homicida não aceitou o fim da relação, terminada por Ana Maria há dois anos, e insistia numa reconciliação. Nos últimos meses, passou para as ameaças. «A Ana dizia que ele nunca tinha aceitado o fim da relação, que andava sempre de volta dela a mandar SMS e algumas com ameaças», conta-nos Susana Maria, colega de trabalho da vítima. «Ainda na sexta-feira [ dia 16], me disse que ele a encontrou no supermercado e fez um enorme escândalo. A sorte foi que um dos filhos se apercebeu e o mandou embora», revela ainda.

Homicida foi detido e passou a noite no posto da Golegã

Ana Maria confessou à amiga já ter feito queixa do ex-companheiro às autoridades. Fê-lo há cerca de 5 meses na GNR da Chamusca. No posto, mostrou as mensagens com ameaças que vinha a receber, mas não se sabe que rumo tomou a formalização. O homicida, que não era o pai dos três filhos de Ana Maria, fugiu após ter atirado sobre a vítima e foi mais tarde encontrado pelas autoridades em casa da irmã, em Parceiros de São João, concelho de Torres Novas. Passou a noite no posto da Golegã, onde aguardou as diligências para ser presente para primeiro interrogatório judicial. O caso passou entretanto para a Polícia Judiciária. Ana Maria era natural da Chamusca, embora vivesse em Torres Novas desde o final de 2018. Os vizinhos acreditam que mudou de morada para fugir às investidas do ex namorado.

Um morador da Chamusca, relata à SIC um desacato que ocorreu há cerca de «dois, três anos». Nessa ocasião, os filhos de Ana Maria, que intervieram na discussão, chegaram a envolver-se em agressões físicas com o homicida.

Só em 2019, 11 mulheres foram mortas, vítimas de violência doméstica.

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