Museu Vieira da Silva soma 300 exposições e dois milhões de visitantes em 30 anos

O Museu Arpad Szenes — Vieira da Silva, em Lisboa, criado há trinta anos, realizou mais de 300 exposições em Portugal e no estrangeiro que somaram dois milhões de visitantes, revelou hoje a fundação com o nome do casal de artistas.

Museu Vieira da Silva soma 300 exposições e dois milhões de visitantes em 30 anos

Os números foram divulgados à agência Lusa pelo presidente da Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva, António Gomes de Pinho, contactado pela agência Lusa sobre a celebração dos 30 anos da entidade.

A efeméride está a ser hoje assinalada com uma conferência a decorrer na sede, na Praça das Amoreiras, com a presença de representantes de entidades parceiras da fundação e especialistas na obra da pintora portuguesa radicada em França.

“A celebração dos 30 anos é um momento importante de reflexão sobre o passado, mas também de pensar e construir o futuro”, comentou o responsável, sobre as três décadas de vida do museu, que cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes (1897-1985), e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).

Para o futuro, estão previstas exposições em Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil e, na sequência da realização da primeira exposição da obra de Vieira da Silva num país árabe, em Marrocos, a FASVS prepara “outra grande exposição no mundo árabe”, sem avançar, para já, pormenores.

“A atividade fundamental da fundação centra-se na preservação, estudo e divulgação da obra de Vieira da Silva e Arpad Szenes, mas também numa atividade de sensibilização para a arte dos públicos mais jovens, que se estende a um conjunto muito vasto de escolas, de várias faixas etárias”, apontou o presidente da entidade.

Gomes de Pinho salientou que “a obra de Vieira da Silva tem uma enorme atualidade, que está a ser reconhecida em todo o mundo, quer pelas características do seu trabalho como artista, quer pelos valores, tão atuais, como a defesa dos direitos humanos, da igualdade de género, dos imigrantes e refugiados, da liberdade, em todas as formas”.

“Vieira da Silva teve uma vida difícil: foi imigrante em França, esteve refugiada no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, tendo vivido na condição de apátrida”, recordou, acrescentando que, nessas experiências “manteve uma ação permanente de luta contra a ditadura em Portugal, país que esteve sempre no seu espírito, mas com o qual só acabou por reconciliar-se depois do 25 de abril”.

Em 1956 Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, apátridas desde 1930, receberam de França a nacionalidade que o ditador português Salazar lhes recusou.

“A fundação sempre foi inspirada pelo pensamento e obra de Vieira da Silva, com o este espírito de garantir uma plena liberdade de expressão. É esta a tónica que queremos dar à comemoração dos 30 anos, pensando no futuro, mas não esquecendo o passado, os valores sempre defendidos pelos dois artistas”, vincou o responsável à Lusa.

O Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva foi inaugurado a 03 de novembro de 1994, num edifício da Praça das Amoreiras, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, e apresenta regularmente exposições com a obra do casal ou de artistas com os quais tiveram algum tipo de ligação de amizade.

AG // TDI

By Impala News / Lusa

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