Novo “Doctor Who” traz revolução dos robôs com uma aventureira relutante no TARDIS

A nova temporada de “Doctor Who”, que se estreia no Disney+ Portugal a 12 de abril, marca o regresso de Ncuti Gatwa como doutor mas introduz uma nova companheira que se mostra relutante em embarcar na aventura do TARDIS, disse à Lusa o criador Russell T Davies. 

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“Uma companheira diferente mostra um doutor diferente”, afirmou. “Quando pomos alguém novo no TARDIS com ele, vemos outros lados do personagem”. 

Desta vez, o 15º doutor — o primeiro negro a interpretar o icónico papel — é acompanhado por Belinda Chandra (encarnada pela atriz Varada Sethu), uma enfermeira que é muito mais experiente que a companheira anterior, a jovem de 18 anos Ruby Sunday.

“Belinda é a enfermeira deste doutor e sente-se em igualdade. Ela desafia-o, testa-o. Já trabalhou nas urgências e viu coisas terríveis. É mais dura”, descreveu Russell T Davies. “A diferença crucial entre ela e as outras companheiras é que quer voltar para casa”. 

Belinda percebe, desde o primeiro momento, que pôr o pé fora da máquina do tempo TARDIS é arriscar ter alguém a atirar raios laser contra eles. “Ela vê alguém morrer à sua frente e percebe que este homem pode ser muito carismático e divertido, ter o melhor sorriso do universo, mas as pessoas à sua volta morrem”, explicou Davies. “Quer voltar para casa e ir para longe dos monstros, e isso mostra o doutor a uma luz diferente”. 

O primeiro episódio, “Revolução dos Robôs”, traz para a ribalta um tema que tem estado na ordem do dia: a Inteligência Artificial, a automação, a dependência das máquinas e a possibilidade de um dia sermos substituídos ou dominados por elas. 

Não é um tema novo, mas nunca foi tão proeminente mesmo na indústria do entretenimento, e isso inspirou Russell T Davies. “Como membro do sindicato dos argumentistas da Grã-Bretanha, todos os dias recebemos emails a falar de como lidar com a IA e cartas para enviar ao governo de forma a suster a perda de copyright”, explicou o criador.

“Afeta toda a gente”, continuou, referindo que também os atores estão assustados. “Em movimentos modernos tendemos a ver as coisas pela lente do entretenimento, mas a verdadeira preocupação está nas fábricas, nos lares e nas escolas”. 

Davies acredita que é importante que a audiência sinta que este Doctor Who está a acontecer em 2025. “Fico sempre espantado quando vejo séries de detetives que não referenciam o mundo, de todo”. 

Com uma história em que os protagonistas não têm barreiras de tempo ou espaço, o desafio é continuar a ter imaginação para manter a série fresca. Esta é a segunda temporada da nova era, mas a 15ª a partir de 2005, quando Davies criou a nova vida do programa original dos anos sessenta. 

“Significa que podemos inventar coisas muito loucas e é por isso que penso que o Doctor Who tem uma tela mais alargada que qualquer outra série de ficção científica”, considerou. 

Neste regresso, haverá várias participações especiais, tais como a do ator Jonah Hauer-King, que foi o Príncipe Eric no filme de 2023 “A Pequena Sereia”; e da atriz surda Rose Ayling-Ellis, uma grande estrela no Reino Unido que tem sido capaz de mudar a visão e o discurso sobre surdez no país. 

Entre os episódios, haverá um concurso do tipo Eurovisão da Canção mas interestelar, uma viagem no tempo até à Miami de 1952, uma ida a Lagos em 2019 e um planeta aterrorizador 500 mil anos no futuro. 

“Doctor Who” regressa com oito episódios que se estreiam ao ritmo de um por semana. 

ARYG // MAG

By Impala News / Lusa

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